Efeito da prescrição de caminhada não supervisionada sobre o risco cardiovascular global
Effect of non-supervised walking prescription on global cardiovascular risk
Rev. bras. ativ. fís. saúde; 19 (3), 2014
Publication year: 2014
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da prescrição de caminhada, sem supervisão da prática, sobre o risco cardiovascular global (RCG) de usuários de um parque público. A amostra foi constituída por 87 indivíduos que foram orientados a realizar caminhadas, sem supervisão profissional, pelo menos 3 vezes/semana, por pelo menos 30 min, em intensidade moderada. Antes e após a intervenção (até 6 meses), o RCG foi avaliado pelo Escore de Framingham. Considerando-se a amostra total, o RCG não se modificou significantemente após a intervenção (14,9±12,6 vs 14,5±11,4%, P=0,250). Entretanto, numa segunda análise, avaliou-se o efeito da intervenção nos indivíduos com alto (AR, n=24) e baixo (BR, n=42) RCG. Nesta análise, o RCG diminuiu no grupo AR (31,5±11,6 vs 29,0±10,7%, P=0,000) e não se alterou no BR (5,8±2,6 vs 6,6±3,6%, P=0,178). Com esta redução de risco, a frequência de indivíduos com AR diminuiu na amostra total (27,6 vs. 24,1%, P<0,05). Em conclusão, a prática da caminhada sem supervisão reduz o RCG de indivíduos com risco mais elevado. Estes resultados sustentam a recomendação de caminhada para a melhora da saúde cardiovascular, especialmente para indivíduos com alto risco, mesmo que ela seja realizada sem a supervisão de um profissional, como ocorre em parques públicos.
The aim of this study was to evaluate the effects of walking training prescription without supervision of practice on global cardiovascular risk (GCR) in users of a public park. Eighty-seven subjects were instructed to walk at moderate intensity for 30 min at least 3 times/week without professional supervision. Before and after the intervention, GCR was evaluated by Framingham Score. Considering the entire sample, GCR did not change after the intervention (14.9±12.6 vs 14.5±11.4%, P=0.250). However, in a second analysis, the effects of the intervention on subjects with high (HR, n=24) and low (LR, n=42) GCR were evaluated. In this analysis, GCR decreased in HR group (31.5±11.6 vs 29.0±10.7%, P=0.000) and did not change in LR group (5.8±2.6 vs 6.6±3.6%, P=0.178). This reduction resulted in a lower frequency of HR subjects in the entire sample after the intervention (27.6 vs. 24.1%, P<0.05). In conclusion, the prescription of unsupervised walking decreases GCR in subjects with higher risk. These results support the recommendation of walking prescription for improving cardiovascular health, especially for subjects with elevated risk, and even if walking is performed without professional supervision, as usually happens in public parks.