Estreptococos beta-hemolíticos e doença reumática cardíaca em crianças no Rio de Janeiro, Brasil
Beta-hemolytic streptococci and rheumatic heart disease in children of Rio de Janeiro, Brazil
Folha med; 101 (2), 1990
Publication year: 1990
Foram analisadas informaçöes bacteriológicas e clínicas de 972 crianças, com idades variando de 6 a 13 anos, provenenientes de três comunidades com diferentes níveis sócio-econômicos, na cidade do Rio de Janeiro. A distribuiçäo dos grupos sorológicos de estreptococos beta-hemolíticos isolados de orofaringe indicou que entre as amostras obtidas de crianças procedentes de família de baixa renda, 94,5 por cento näo pertenciam ao grupo A. Nos escolares de nível sócio-econômico médio, 41,6 porcento das amostras foram identificadas como sendo grupo A. As amostras de estreptococos do grupo G representaram aproximadamente a metade do total de amostras näo pertecentes ao grupo A(B,C,G e näo grupável), independente do nível sócio-econômico considerado. Do total de crianças examinadas, 198 (20,3 por cento) apresentavam cardiopatias reumáticas. Dessas, 130 (95,6 por cento) foram lesöes miocárdias e 68 (34,5 por cento) lesöes valvulares. Nos casos de valvulopatias, o envolvimento da válvula mitral foi o mais frequente. Os estreptococos do grupo A foram isolados em 8 por cento das crianças com cardiopatias reumáticas. A amigdalectomia e o uso de antibióticos näo modificaram as frequências de isolamento dos estreptococos e da presença de cardiopatia reumática