HPV/HIV – Uma discussão: aspectos biológicos e propostas terapêuticas
HPV/HIV - questions about biological behavior and management

HU rev; 31 (1/2), 2005
Publication year: 2005

Estudos epidemiológicos incluindo grande número de mulheres e vários fatores de risco têm confirmado que a infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) é significativamente comum entre mulheres que apresentam sorologia positiva para o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Como a infecção pelo HPV está associada ao desenvolvimento de lesões intra-epiteliais escamosas (SIL), uma grande proporção de mulheres HIV+ apresenta risco para o desenvolvimento dessas lesões. Se compararmos mulheres HIV- com mulheres HIV+, verificaremos que mulheres HIV+ apresentam grande número de tipos de HPV, sem apresentarem, contudo, risco maior para se infectarem com tipos de maior oncogenicidade. A alta prevalência do HPV em mulheres HIV+ reflete mais a persistência, ou reativação, de uma infecção prévia, do que a aquisição de uma infecção recente. Os fatores de risco para infecção pelo HPV são significantes e mostram similaridades com aqueles identificados como de risco para mulheres HIV+ e HIV- de grupo de risco. Esses incluem idade inferior a 30 anos, história de verrugas genitais prévia e, mais frequentemente observados em mulheres HIV+, multiplicidade de parceiros, promiscuidade, tabagismo e indicadores de AIDS avançada. O restabelecimento da competência do sistema imune é necessário para modicar o desenvolvimento das SIL relacionadas ao HPV. Mulheres infectadas com HIV têm altas taxas de SIL recorrente/persistente, a despeito dos protocolos terapêuticos. Em mulheres HIV+, câncer invasivo tem pior prognóstico devido à sua específica agressividade. Baixos níveis de linfócitos CD4+ e envolvimento de margens nos espécimes obtidos pela cirurgia de alta frequência constituem fatores de risco para recorrência. O uso da terapia anti-retroviral altamente ativa está associado a baixo risco de recorrência/persistência e progressão das SIL. Dessa forma, o tratamento anti-retroviral e profilaxia anti-infecciosa devem ser reforçados.

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