GED gastroenterol. endosc. dig; 32 (3), 2013
Publication year: 2013
Introdução:
o adenoma hepático roto é uma complicação incomum, exigindo alta suspeita clínica devido ao risco que representa. Exige pronta investigação diagnóstica com exames radiológicos. Após reposição volêmica, seu tratamento pode envolver desde a embolização transarterial hepática até a cirurgia de urgência. Objetivo:
analisar fatores de risco e o tratamento cirúrgico dos adenomas hepáticos com rotura detectados em nosso serviço. Método:
foram avaliados retrospectivamente os prontuários de 28 pacientes com adenoma hepático operados no período de 1995 a 2012. Foram analisadas variáveis epidemiológicas e clínicas, os sinais de rotura foram categorizados como intraperitoneal ou subcapsular, o tumor classificado como único ou múltiplo. Foram avaliados o tempo cirúrgico e a perda sanguínea intraoperatória. Resultado:
dos 28 casos, 3 (11%) estavam rotos. Os três eram do sexo feminino, apresentaram rotura espontânea e duas faziam uso de anticoncepcional oral. Não se observou sinal de malignização em nenhum. A idade média foi de 32 anos. Foi realizado tratamento cirúrgico por hepatectomia direita em todos. Dois apresentaram rotura intraperitoneal e subcapsular e uma subcapsular apenas. O tamanho médio das lesões foi de 10 cm, sendo que, em dois casos, era única, e em uma múltipla. Médias de sangramento foram de 1000 ml, transfusão de 4 concentrados de hemácias e tempo cirúrgico de 6 horas. Nenhuma das pacientes apresentava cirrose, consumia bebidas alcoólicas ou alteração significativa dos níveis das enzimas hepáticas. No pós-operatório, um paciente evolui com pneumonia e uma paciente apresentou insuficiência hepática, evoluindo a óbito. Conclusão:
o adenoma hepatocelular roto é uma condição potencialmente ameaçadora à vida, associada em nossa amostra ao tamanho da lesão e ao uso de anticoncepcional oral. O tratamento cirúrgico está associado a ressecções hepáticas maiores, com necessidade de transfusão sanguínea. A experiência vivida em nosso centro demonstra que o uso da radiologia intervencionista possa ser um procedimento para reduzir esta mortalidade.
Background:
spontaneous hepatic rupture is a rare clinical event that needs to be carefully evaluated due to the high risks involved. The diagnosis is often made after abdominal imaging. Volemic resuscitation, selective transarterial embolization or surgical resections have been used. Aim:
the aim of this study was to describe the epidemiology, risk factors and treatment performed in our service. Methods:
we reviewed the medical records of 28 patients from 1995 to 2012 with a diagnosis of hepatocellular adenoma. We analyzed epidemiology, clinics variables, the ruptured adenomas were divided into either intrahepatic hemorrhage or intraperitoneal bleeding categories. Results:
three (11%) of the 28 patients had ruptured hepatocellular adenoma. These three patients were women, had spontaneous ruptures and a background of oral contraceptive use. The mean age was 32 years old. They were submitted to right hepatectomy; two were associated with intrahepatic and intraperitoneal hemorrhage while one had only intrahepatic bleeding and none had malignant transformation. The mean diameter of the lesion was 10cm, two was unique and one was multiple. The means of bleeding loss was 1000ml, surgical time of six hours and transfusion of four red blood cells bag. No one of the patients has cirrhosis, alcoholism or significant variation of liver enzymes profile. In the postoperative period one patient had pneumonia while another had hepatic insufficiency and died. Conclusion:
spontaneous hepatic rupture is a potential hazard to patients associated with the size of the tumor and the potency of the oral contraceptive used. In this condition emergency surgery can be required leading to a major resection with accompanying blood transfusion. Our experience concluded that interventional radiology procedures can decrease mortality.