GED gastroenterol. endosc. dig; 33 (3), 2014
Publication year: 2014
Objetivo:
a ptose do cólon foi definida em 1922 por Cannon como rebaixamento do segmento transverso, em forma de V, podendo estender-se até o nível pélvico, sendo que quanto mais agudos forem os ângulos das flexuras esplênica e hepática, maior será a gravidade da sintomatologia, que inclui flatulência, distensão abdominal e constipação. Embora seja consenso na prática clínica que a enteroptose seja detectada frequentemente nos enemas opacos, ainda não há unanimidade na sua definição conceitual, além da inexistência de dados sobre sua prevalência. A possível relação entre esta alteração patológica e a constipação intestinal torna ainda mais relevante e instigante o seu estudo. Objetivo:
definir e estabelecer a prevalência em nosso meio, e propor uma classificação radiológica para a enteroptose. Método:
este estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira foram analisados 193 enemas opacos digitais, visando estabelecer a prevalência da ptose. E a segunda propôs uma classificação topográfica em graus (0, 1 e 2), sendo a de Grau 2 considerada como a enteroptose verdadeira. Resultados:
a prevalência de enteroptose verdadeira foi de 35 (18%) dos 193 enemas opacos examinados, sendo estatisticamente mais prevalente em mulheres (p=0,039). Considerando a prevalência mundial da constipação de até 20%, é plausível supor que possa haver correlação entre constipação e ptose Grau 2. Conclusão:
não há na literatura mundial estudos sobre prevalência ou classificação da ptose do transverso, e acreditamos que a presente classificação em graus, associada à avaliação sintomatológica baseada nos critérios de Roma III, será um grande norteador para indicar a conduta diagnóstica na constipação.
Introduction:
the enteroptosis was defined in 1922 by Cannon as flattening of the transverse segment, in V form, extending to the pelvic level, and if more acute are the angles of splenic and liver flexures, greater will be the symptom including flatulence, bloating and constipation. Although consensus in clinical practice often detected enteroptosis in barium enemas, there is no unanimity in the conceptual definition, besides there is no data about the prevalence. The possible relationship between this pathological change and constipation becomes this study even more relevant and compelling. Objective:
define, establish the prevalence in our environment and propose a radiological classification for enteroptosis. Method:
this study was conducted in two phases. In the first 193 digital barium enemas were analyzed to establish the prevalence of eneroptosis. The second proposed a topographic classification in degrees (0. 1 and 2), being considered Degree 2 as the true enteroptosis. Results:
the prevalence of true enteroptosis was 35 (18 %) of the 193 examined barium enemas, being statistically more prevalent in women (p=0.039). Given the global prevalence of constipation up to 20% it is plausible that there may be a correlation between constipation and enteroptosis Degree 2. Conclusion:
there are no studies in the literature about the prevalence or classification of enteroptosis, and we believe that the present classification in degrees, associated with the symptomatology assessment based in Rome III criteria will be a great guiding to indicate the diagnostic of constipation.