Segunda opinião médica sob a perspectiva do paciente
Second medical opinion under the perspective of the patient
HU rev; 36 (3), 2010
Publication year: 2010
A todo o momento um avanço da medicina é anunciado. Este progresso é acompanhado pela população na busca pela qualidade assistencial. No Brasil, a legislação instituiu nos setores públicos e privados o direito à autonomia. Esse princípio vai ao encontro do ato de se buscar uma ?segunda opinião médica?, que se refere ao direito do paciente em gerir seu tratamento. Buscamos traçar o perfil dos pacientes em relação à busca pela segunda opinião médica, avaliar a auto-percepçao da saúde, definir os fatores de risco e motivos alegados para essa busca e estabelecer quais especialidades médicas estão mais envolvidas. Utilizamos entrevista estruturada com sete perguntas e amostra de 554 participantes, representando 0,1% da população de Juiz de Fora, distribuídos nas cinco regiões da cidade. Obtivemos que 43% utilizaram uma segunda opinião; os principais motivos alegados foram: falta de confiança no primeiro médico (50,0%), confirmação de diagnóstico (42,2%) e persistência dos sintomas (30,3%).
Especialidades médicas mais envolvidas:
reumatologia (14,4%), oncologia (12,6%) e cardiologia (10,6%). Concluímos que pessoas que apresentam autopercepção negativa da saúde e escolaridade de nível superior buscam mais por esse procedimento e consideramos alto o índice de intenção de não informar ao profissional da saúde sobre a busca pela segunda opinião médica, sendo o principal motivo o constrangimento do paciente frente ao médico.
Medical breakthroughs have been reported all the time. Such progress feeds popular expectation towards quality medical care. The right to autonomy has been granted by law to users of both, public and private health sectors, in Brazil. This principle underlies the search for a second medical opinion, which refers to the patient`s right to manage their own treatment. The objective was to draw the patients` profile regarding the search for a second medical opinion, define the risk factors and reasons claimed for this behavior, and establish which medical specialties are more involved. We used a structured interview with seven questions and a sample composed of 554 individuals, representing 0.1% of the Juiz de Fora population, from the five municipal regions.