O crescente número de casos de síndrome metabólica está relacionado àa mudanças no estilo de vida e no padrão alimentar das populações e, possivelmente, às situações de estresse cotidiano. O objetivo do presente estudo é investigar a possível relação entre estresse ocupacional e síndrome metabólica.

Em estudo transversal foram avaliados 94 indivíduos:

51 agentes penitenciários (Grupo 1) e 43 funcionários da administração pública, que constituíram o grupo controle (grupo 2), submetidos a exame físico, avaliação laboratorial (dosagens de glicose, colesterol total, colesterol HDL, triglicérides e ácido úrico) além da aplicação de questionário para avaliação do grau de estresse no trabalho. O diagnóstico de síndrome metabólica se baseou nos critérios do National Cholesterol Education Program - Adult Treatment Panel III (NCEP-ATPIII). Foi encontrada maior prevalência de obesidade abdominal, hipertensão arterial, hipertrigliceridemia e baixos níveis de colesterol HDL entre os agentes penitenciários, quando comparados ao grupo controle (p<0,05). O diagnóstico de síndrome metabólica foi realizado em 11 (26,2%) indivíduos do grupo 1 e em doi2 indivíduos (5,7%) do grupo 2 (p<0,05). A razão de prevalência do estresse ocupacional para o grupo 1, em relação ao grupo 2 foi de 3,909 (IC de 95%: 0,88 a 17,4, p=0,048). A frequência de síndrome metabólica foi mais elevada entre os indivíduos submetidos à maior demanda psicológica no exercício da profissão sendo provável a relação entre essa entidade clínica e o estresse ocupacional.