Reação hansênica em pacientes portadores de hanseníase em centros de saúde da área de planejamento 3. 2 do município do Rio de Janeiro
Leprosy reaction in patients of health centers from the planning area 3. 2 of Rio de Janeiro municipality

Hansen. int; 32 (2), 2007
Publication year: 2007

A reação hansênica é um dos maiores problemas no manejo dos pacientes portadores de hanseníase, no programa de controle da endemia. Muitos pacientes, durante o tratamento ou mesmo após a alta, buscam a unidade de saúde com complicações clínicas caracterizadas por processo inflamatório, acompanhado de dor, mal estar e, algumas vezes, piora do grau de incapacidade. O desconhecimento da magnitude do problema da reação hansênica no município do Rio de Janeiro dificulta o planejamento de seu efetivo controle pelo programa de controle desta endemia. Este estudo demonstrou a freqüência dos estados reacionais em pacientes de unidades básicas de saúde da Área de Planejamento (AP.) 3.2, tratados para hanseníase com poliquimioterapia padrão OMS no período de 1991 - 2004. Neste estudo verificou-se o perfil sócio-demográfico e clínico associados à ocorrência de episódios reacionais nos pacientes do estudo. Trata-se de estudo do tipo coorte não concorrente, cuja fonte de dados foi 667 prontuários. Identificou-se que a maioria dos portadores de hanseníase tinha idade entre 35 e 54 anos; eram mulheres (52,3%), casadas e referiram baixo nível de escolaridade. A presença de reação foi constatada em 43,5% dos prontuários avaliados.

A freqüência de reações foi mais elevada entre as seguintes características:

homens 49,4% (157), formas clínicas dimorfa e virchowiana, baciloscopia positiva, graus de incapacidade ?zero? e ?um? e tratamento acima de 12 doses. Estas características deveriam ser levadas em conta no cuidado aos portadores de hanseníase, para que a detecção precoce das reações e a instituição do tratamento específico pudessem diminuir a possibilidade de instalação de incapacidades físicas e seqüelas.
Leprosy reaction is one of the greatest problems in leprosy control programs. During treatment or even after end of treatment, many patients return to the healthcare unit with reactions characterized by inflammatory process, pain, malaise and at times a increased grade of incapacity. The inability to estimate the magnitude of leprosy reaction in the Rio de Janeiro municipality difficulted the planning of effective leprosy control program. This study demosntrated the frequency of reactions in patients from the basic health units who were treated with multidrugtherapy (MDT) from 1991 to 2004. The study also characterized the socio-demographic and clinical profile associated to the occurrence of reactional episodes in patients of the study. This is a cohort non-concurrent study using as data source 667 medical charts. The majority of leprosy patients were between 35 and 54 year, they were mostly married womem (52.3%) with low schooling levels. During the evaluation period 43.5% patients presented reactions.

The reaction rate was higher among:

males (49.4%, n=157, patients with borderline or lepromatous forms, positive bacillary index, grade of incapacity zero and one and patients who received over 12 doses of treatment. These characteristics should be taken into account when caring for leprosy patients, so that early detection of reactions and initiation of specific treatment may diminish the onset of physical incapacities and sequels.

More related