Uma morfologia dos quilombos nas Américas, séculos XVI-XIX
A morphology of 'quilombos' in the Americas, sixteenth-nineteenth centuries

Hist. ciênc. saúde-Manguinhos; 19 (supl.1), 2012
Publication year: 2012

O presente trabalho parte da constatação da natureza relativamente anódina dos estudos acerca dos quilombos em sociedades escravistas nas Américas, os quais não raro juntam em uma única categoria (quilombos, cumbes, palenques, mainels etc.) estruturas que podiam englobar menos de uma dezena de fugitivos e durar semanas ou meses, ou, como no caso de Palmares, congregar até 11 mil quilombolas e persistir por quase um século. Semelhante anomalia conceitual revela a falta de taxonomias que encarem os quilombos como estruturas efetivamente históricas, que podiam circunscrever-se a meras hordas ou evoluir para a condição de comunidades autossustentáveis e, pois, capazes de se autorreproduzir econômica e demograficamente por longos períodos nas Américas.
The article begins with the finding that studies on 'quilombos' in slave societies in the Americas have been relatively anodyne, not rarely placing in one sole category ('quilombos', 'cumbes', 'palenques', 'mainels', etc.) structures that might encompass anywhere from less than ten runaways, and last just weeks or months, or - as in the case of Palmares - bring together up to 11,000 'quilombolas' and endure for nearly a century. A similar conceptual anomaly is evident in the absence of taxonomies, which envision 'quilombos' as effectively historical structures, which might have been restricted merely to loose groups or have developed into self-sustaining communities capable of reproducing themselves economically and demographically for long periods in the Americas.

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