J. bras. econ. saúde (Impr.); 8 (1), 2016
Publication year: 2016
Objetivo:
O estudo teve o objetivo de avaliar o panorama dos transplantes de órgãos sólidos (TOS) no Brasil e compreender as diferenças entre a profilaxia oral com valganciclovir e o tratamento preemptivo intravenoso com ganciclovir em pacientes de alto risco para desenvolvimento da doença pelo citomegalovírus (CMV) (D+/R-), e seu potencial impacto na desospitalização. Métodos:
Por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), uma análise retrospectiva foi realizada para avaliar os principais centros de transplantes brasileiros e obter os TOS realizados em 2014. Os cálculos foram baseados na permanência hospitalar média por TOS, tempo de internação para cada abordagem farmacológica e número de pacientes D+/R-. A permanência hospitalar para tratamento preemptivo e profilaxia foram baseadas em diretrizes de uma instituição brasileira de referência. A taxa de infecção de CMV foi obtida de uma revisão da literatura. O desenvolvimento da doença pelo CMV após tratamento preemptivo ou profilaxia não foi considerado. Resultados:
Em 2014, os centros de transplante avaliados realizaram um total de 6.912 TOS. O valganciclovir profilático proporcionou anualmente 21 dias a menos de hospitalização por paciente. A partir da relação do valor incremental (21 dias) entre a utilização de ganciclovir e valganciclovir e a média geral de permanência hospitalar no SUS para qualquer procedimento (5,6 dias), sugere-se que 3,75 novas internações por qualquer causa poderiam ocorrer por cada paciente em profilaxia. Conclusão:
O valganciclovir profilático para pacientes D+/R- submetidos a TOS é potencialmente capaz de promover a desospitalização, permitindo maior comodidade ao paciente transplantado e utilização racional de recursos pela instituição
Objective:
The study aimed to assess the landscape of solid organ transplants (SOT) in Brazil and understand differences between oral prophylaxis with valganciclovir and intravenous preemptive treatment with ganciclovir in patients at high risk for developing disease by cytomegalovirus (D+/R-), and their potential impact on deinstitutionalization. Methods:
Based on the Brazilian Hospital Information System (SIH/SUS) database, a retrospective analysis was performed to assess the main Brazilian transplantation centers and obtain the SOT performed in 2014. The analysis was based on time of hospitalization according to SOT, LOS (Length of Stay) of each pharmacological approach and number of D+/R- patients. LOS for preemptive treatment and prophylaxis was taken from a Brazilian reference institution guideline. The CMV infection rate was obtained from a literature review. Development of CMV disease after both prophylaxis and preemptive treatment was not considered in the analysis. Results:
In 2014, the transplant centers performed a total of 6,912 SOT. The valganciclovir prophylaxis resulted in reduction of 21 days of LOS per patient. Based on the ratio of incremental daily between the use of ganciclovir and valganciclovir (21 days) and overall mean hospital stay in the SUS to any procedure (5.6 days), it may be suggested that 3.75 new admissions for any cause could occur in addition, for each patient treated with prophylactic valganciclovir. Conclusion:
Valganciclovir prophylaxis for patients D+ /R- undergoing TOS ispotentially able to promote deinstitutionalization, allowing greater convenience to patients transplanted and promoting the rational use of resources by the institution.