Endometrite: I.Fatores obstétricos
Endometritis: I.Obstetric factors

J. bras. ginecol; 96 (7), 1986
Publication year: 1986

Foram analisados 6.372 partos atendidos no Hospital das Clínicas de Ribeiräo Preto, no período de fevereiro de 1979 a julho de 1981. Destas pacientes, 91 (1,5%) tiveram infecçäo puerperal e 56 (0,9%) endometrite pós-parto. Destas, foram analisadas 51 pacientes e comparadas com um grupo controle de 50 pacientes. Foram estudados os vários fatores que poderiam contribuir para a infecçäo pós-parto. O trabalho de parto prolongado foi o que atingiu maior nível estatístico de significaçäo (p<0.01). O número de toques vaginais foi significativamente maior no grupo com endometrite (p<0,05). A citologia vaginal no pré-natal revelou maior número de cocos e cocóides nas pacientes com endometrite. Observou-se que 14% das pacientes com infecçöes tiveram idade menor de 18 anos, enquanto que nos controles a incidência foi de 2% (p<0,05). O parto operatório foi também mais freqüente no grupo, com endometrite (53%) que no grupo controle (32%) (p<0,05).

Com relaçäo aos outros parâmetros estudados:

tempo de rotura da bolsa amniótica, bom estado nutricional da gestante, obesidade, anemia, tipo e duraçäo da anestesia, cor da paciente, paridade, idade gestacional, incidência de doenças concomitantes e complicaçöes obstétricas, näo houve diferenças significativas entre os dois grupos. Pode-se concluir que múltiplos fatores influem na etiologia da endometrite, sendo bem nítidas as conseqüências maternas, e qualquer esforço para diminuir sua incidência será ineficaz caso esta patologia näo seja abordada de forma ampla

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