Capitalismo e angústia
Capitalism and anguish
Capitalismo y angustia
Capitalisme et angoisse

Rev. Subj. (Impr.); 15 (3), 2015
Publication year: 2015

Este trabalho apresenta uma reflexão sobre possíveis relações que se estabelecem entre a angústia e os impactos da normatividade social sobre as subjetividades. Em nossos dias, o capitalismo, aliado à ciência moderna, caracteriza-se não só pela definição autoritária de políticas econômicas, mas também por mecanismos gestionais que regulam e afetam a constituição dos indivíduos, estimulando a emergência de diferentes formas de manifestação da angústia, tais como estresse, pânico, desamparo, traumatismo e depressão, que se caracterizam particularmente pelo silencio do sujeito frente ao sentimento de perda de horizontes estáveis de referência, ou seja, pelo sofrimento sem endereço, sem Outro. Recorremos à psicanálise e a algumas ideias de Giorgio Agamben sobre o capitalismo de hoje para discutirmos essas questões, assim como sobre as possibilidades de a psicanálise e a arte serem consideradas modos particulares de confronto com esses fatos civilizatórios que exacerbam a angústia, colocando-se, portanto, na contramão dos interesses capitalistas.
This paper presents a reflection on possible relationships established between anxiety and the impact of social norms on subjectivities. Nowadays, capitalism, combined with modern science is characterized not only by the authoritative definition of economic policies, but also by gestionais mechanisms that regulate and affect the constitution of individuals, encouraging the emergence of different forms of distress manifestation, such as stress, panic, helplessness, trauma and depression, which are particularly characterized by the silence of the subject facing the feeling of loss of stable horizons of reference, i.e., by suffering with no address, no Another. We resort to psychoanalysis and some Giorgio Agamben’s ideas about the capitalism today to discuss these issues, as well as the possibilities of psychoanalysis and art to consider specific ways of confronting these civilizational facts that exacerbate the anxiety – placing itself against the capitalist interests.
Este trabajo presenta una reflexión acerca de posibles relaciones que se establecen entre la angustia y los impactos de la normatividad social sobre las subjetividades. En nuestros días, el capitalismo, aliado a la ciencia moderna, se caracteriza no solo por la definición autoritaria de políticas económicas, pero también por mecanismos de gestión que regulan e influyen en la constitución de los individuos, estimulando la emergencia de distintas formas de manifestación de la angustia, tales como estrés, pánico, desamparo, traumatismo y depresión, las cuales se caracterizan por el silencio del sujeto ante el sentimiento de pérdida de horizontes estables de referencia, es decir, por el sufrimiento sin ubicación , sin otro. Recurrimos a la psicoanálisis y a algunas ideas de Giorgio Agamben acerca del capitalismo de hoy para discutirnos estas cuestiones, así como las posibilidades de la psicoanálisis y el arte sean consideradas particulares modos de confronto con estos hechos civilizatorios que aumentan la angustia – poniéndose, por lo tanto, a la contraria de los intereses capitalistas.
Cet article présente une réflexion sur des relations possibles qui s’établissent entre l’angoisse et les impacts dans la normativité sociale sur les subjectivités. Aujourdh’ui, le capitalisme, lié à la science moderne, se caractérise non seulement par la définition autoritaire des politiques économiques, mais aussi par les mécanismes gestionnaires qui règlent et touchent la constitution de individus, en stimulant l’urgence de différentes manières de manifestation d’angoisse : stress, panique, abandon, traumatisme et dépression, lesquelles se caractérisent par le silence du sujet face au sentiment de perte des horizons stables de référence, c’est à-dire, par la souffrance sans adresse, sans l’Autre. On prend des références de la psychanalyse et de quelques idées de Giorgio Agamben à propos du capitalisme d’aujourd’hui à fin de discuter cettes questions et aussi les possibilités de la psychanalyse et de l’art être considérées comme moyan particulier de confronter ces faits civilisatoires qui exaspèrent l’angoisse – restant, donc, en face des intérêts capitalistes.

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