Morbidade respiratória nos pacientes com e sem síndrome pulmonar obstrutiva submetidos à cirurgia abdominal alta
Respiratory morbidity in patients with and without obstructive lung syndrome submitted to high abdominal surgery

J. bras. med; 74 (5), 1998
Publication year: 1998

Os autores estudam a morbidade respiratória nos pacientes com síndrome pulmonar obstrutiva submetidos à cirurgia abdominal alta. Durante o pré-operatório 196 pacientes candidatos à cirurgia abdominal alta eletiva responderam a um questionário padronizado e logo em seguida realizaram espirometria. Houve acompanhamento pós-operatório até a alta hospitalar ou óbito.

Os pacientes foram divididos em quatro grupos:

27 pacientes com DPOC (diagnóstico de bronquite crônica ou enfisema e VEF1/CVF < 70 por cento), 44 pacientes com diagnóstico de asma (obstrução das vias aéreas desencadeada por estímulos provocativos) com ou sem alteração da espirometria, 23 pacientes apresentavam o complexo bronquite crônica-enfisema (quadro clínico sugestivo de bronquite ou enfisema porém com VEF1/CVF > 70 por cento ), e 102 pacientes normais do ponto de vista clínico e espirométrico. Considerou-se como CPP: atelectasia com repercussáo clínica e(ou) gasométrica, broncoespasmo que necessitou de tratamento, insuficiência respiratória aguda, ventilação mecânica e(ou) intubação orotraqueal prolongada, infecção traqueobrônquica e pneumonia. A incidência de complicações for maior no grupo de pacientes com limitações do fluxo aéreo (32 por cento) em relação aos normais (6 por cento). Ao estudarmos os quatro grupos separadamente, foi observado que os pacientes com DPOC apresentaram maior morbidade no pós-operatório. Complicaram, respectivamente: DPOC 37 por cento, BE 34 por cento, asma 29 por cento, normal 6 por cento. Os obstrutivos triplicaram seu tempo de permanência no ventilador (média 3,1 e 1,1, respectivamente, com p < 0,05). No entanto não houve diferença em relação ao tempo de permanência na UTI e o tempo total de dias no pós-operatório. A relação VEF1/CVF identificou o grupo com maior morbidade no pós-operatório de cirurgia abdominal alta e aqueles com diagnóstico de DPOC são os que apresentam maior probabilidade de complicar no pós-operatório

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