Neurotoxoplasmose: fatores que influenciam o desfecho clínico em pacientes hospitalizados
Neurotoxoplasmosis: influencing factors and clinical outcome in inpatients

J. bras. med; 79 (4), 2000
Publication year: 2000

A neurotoxoplasmose se encontra entre as infecções oportunistas mais freqüentemente observadas em pacientes com Aids, sendo superada, no Brasil, apenas pela candidíase e pela pneumocistose. O desenvolvimento de infecção do sistema nervoso central tem sido apontado como um dos fatores que influenciam negativamente o prognóstico dos doentes com Aida. Os autores estudaram retrospectivamente 87 pacientes com o diagnóstico de neurotoxoplasmose (8) hospitalizados entre 1990 e 1995 no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, com o objetivo de descrever os pincipais aspectos relacionados a um desfecho clínico desfavorável durante a internação. A média de idade foi de 34,5 anos anos, sendo 67,2 por cento do sexo masculino, 79,3 por cento brancos, 71,3 por cento solteiros e 43,7 por cento homossexuais ou bissexuais masculinos. O valor mediano da contagem de linfócitos em sangue periférico foi de 520/mmü.

As infecções oportunistas concomitantes à toxoplasmose mais freqüentemente diagnosticadas foram:

candidíase (74,7 por cento), tuberculose (47,1 por cento), herpes simples (24,1 por cento) e criptococose (16,1 por cento). O tempo mediano de internação desses hospitalizados foi de 21,5 dias e a letalidade durante a hospitalização foi de 41,3 por cento. Os pacientes com desfecho fatal eram mais freqüentemente do sexo masculino (Odds Ratio)[OR]=4,7; intervalo com 95 por centro de confiança [IC 95 por centro]=1,2-19,9). Os dados referentes ao não-uso de ácido folínico concomitante ao tratamento específico para toxoplasmose (OR=2,7; IC95 por cento=0,8-8,8) e ao não uso de quimioprofilaxia para a toxoplasmose (OR=1,9; IC 95 por cento=0,6-6,6) apontam para maior risco de evolução para óbito, embora não tenham atingido significância estatística

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