A propósito da conduta anestésica na asma
By the way of anesthetic conduct in asthma

J. bras. med; 80 (5), 2001
Publication year: 2001

Não há consenso internacional ou nacional quanto à conduta anestésica em pacientes asmáticos. O levantamento bibliográfico da MEDLINE nos encorajou a fazer uma análise crítica da literatura médica pertinente e existente. Por estarem associados a broncoespasmo, não devem ser utilizados os betabloqueadores, a prostaglandina F-2-alfa, a metilergonovina e a ergonovina. Os inibidores da cicloxigenase (ácido acetilsalicílico e antiinflamatórios não-esteróides) devem ser evitados, uma vez que podem estar associados a manifestações alérgicas e idiossincrásicas. Os opiáceos e os relaxantes musculares devem ser empregados com muita cautela, pois podem induzir a imprevisível liberação histamínica basofílica e mastocitária. As anestesias regionais (peridural e raquianestesia) são as preferidas, por sua segurança na asma. O sulfato de magnésio, os inibidores de cálcio e a ocitocina podem ser utilizados. Os agentes beta-2 agonistas, geralmente administrados por via inalatória, são broncodilatadores e podem prevenir o broncoespasmo induzido pela intubação traqueal. A atropina e o glicopirrolato, utilizados como pré-anestésicos, são também broncodilatadores. A cetamina é o indutor anestésico de eleição nos asmáticos, e junto com o propofol diminuem a resistência das vias aéreas, relaxando a musculatura lisa brônquica. Os anestésicos voláteis halogenados são broncodilatadores e podem ser usados em baixas concentrações. O controle antiinflamatório do paciente asmático antes da cirurgia está associado à normalização das provas funcionais respiratórias e à diminuição da morbiletalidade peri e pós-anestésica. Nos casos em que foi empregada a corticoterapia prolongada, sistêmica ou inalatória, torna-se necessário prevenir a insuficiência supra-renal aguda, mediante a administração parenteral pré, peri e pós-cirúrgica da hidrocortisona

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