Cardiopatias e gravidez: conduta obstétrica e resultado perinatal
Cardiac diseases and pregnancy: obstetrical management and perinatal outcome

J. bras. med; 80 (6), 2001
Publication year: 2001

Objetivo:

Avaliar a conduta obstétrica e o resultado perinatal na cardipatia.

Pacientes e métodos:

Foram observadas 875 pacientes no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), no período de junho de 1993 a novembro de 1994. O delineamento do estudo foi de coorte retrospectiva em que o fator de estudo foi a cardiopatia. Como desfechos foram observados o tipo de parte (cesariana ou não), o pequeno para a idade gestacional, a vitalidade do recém-nascido, o óbito fetal e o óbito neonatal.

Resultado:

Das 875 pacientes, 29 eram cardiopatas (3,3 por cento), todas das classes I e II da New York Heart Association (NYHA). As indicações de cesariana foram todas obstétricas. Não foi observado aumento de risco para cesariana (RR = 1,02, IC = 0,59-1,77, x² = 0,01, p = 0,93) para pequeno para a idade gestacional (RR = 2,03 IC = 0,67-6,16, p(Fisher) = 0,19), para índice de Apgar < 7 no 1§ min (RR = 0,74, IC = 0,25-2,18, p(Fisher) = 0,78), para índice de Apgar < 7 no 5§ min (RR = 0,60, IC = 0,09-4, 16, p(Fisher) = 1), para óbito fetal (RR = 3,65, IC = 0,47-28,20, p(Fisher) = 0,26) e para óbito neonatal (não houve nenhum óbito nas cardiopatas contra 24 no grupo-controle.

Conclusões:

A cardiopatia classes I e II da NYHA foi compatível com conduta obstétrica conservadora, não significando aumento de risco para cesariana. A cardiopatia classes I e II da NYHA não foi fator de risco para o resultado perinatal

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