A cefaléia é seguramente uma das queixas mais freqüentes na prática médica. Uma parcela considerável dos pacientes necessita de atendimento de urgência em pelo menos um episódio durante a vida, sendo de suma importância evidenciar se a cefaléia apresentada é sintoma de alteração orgânica estrutural ou se, ao contrário, é cefaléia-doença, denominador de um grupo chamado cefaléia primária - justamente pelo desconhecimento de sua etiopatogenia. Para um possível diagnóstico diferencial entre cefaléias primária e secundária é necessária uma boa anamnese, exame físico geral, exame neurológico e exames complementares especializados. Visando elucidar etapas básicas de atendimento de pacientes com cefaléia, utilizou-se um protocolo de atendimento elaborado por um grupo de médicos e acadêmicos do Ambulatório de Neurologia do HUGG - Uni-Rio. Este protocolo foi aplicado em pacientes do Ambulatório de Neurologia do HUGG em 2001. O objetivo deste trabalho é a apresentação dos dados encontrados. Pôde-se observar que o tipo mais freqüente de cefaléia foi a migrânea, em pacientes do sexo feminino, com maior prevalência na terceira, quarta e quinta décadas da vida. Verificou-se ainda que o exame neurológico normal prevalece entre os pacientes com cefaléia, e que a maior parte dos pacientes utilizava tratamento agudo e profilático, com melhor resposta aos antidepressivos tricíclicos e medicamentos antienxaquecosos