Contusões cerebrais devido a trauma craniencefálico: princípios fisiopatológicos e conduta
Brain injury due head injury: physiopathologycal principles and conduct
J. bras. med; 91 (2), 2006
Publication year: 2006
O trauma craniencefálico (TCE) grave é uma das mais prevalentes causas de morte em países industrializados. Os pacientes com TCE grave freqüentemente são vítimas de traumatismo multissistêmicos. Em conseqüência de trauma de crânio grave e moderado verifica-se lesão de parênquima cerebral em cerca de 55 por cento dos casos. As contusões cerebrais perfazem 45 por cento a 60 por cento das lesões traumáticas primárias e podem estar associadas a outras lesões intracranianas que envolvem o mecanismo fisiopatológico semelhante, como hematoma subdural agudo e hemorragia meníngea traumática. Atualmente, a tendência dos neurotraumatologistas é atuar na prevenção da lesão neuronal secundária, que é a principal responsável pela deterioração clínica em portadores de contusões cerebrais. Normalmente o quadro neurológico está correlacionado com o tamanho e a localização da contusão. Pacientes com contusão podem apresentar deterioração progressiva ou rápida. Deterioração rápida é geralmente encontrada em contusões bifrontais grandes e ponta de temporal. Inicialmente o tratamento clínico engloba uma série de medidas, como ventilação adequada, medidas posturais, sedação e analgesia, controle hidreletrolítico rigoroso, aporte nutricional, monitorização da PIC e hipotermia convencional. A conduta cirúrgica visa atenuar o desenvolvimento de edema citotóxico, evitável se o foco lesional for operado, reduzir o efeito de massa em lesões em região temporal e evitar ou reduzir lesões secundárias