Rev. APS; 19 (1), 2016
Publication year: 2016
Objetivos:
Analisar a percepção dos gestores da saúde do Município do Rio de Janeiro em relação à abordagem da violência familiar, com foco na promoção da saúde e as ações desenvolvidas nos últimos dez anos para a efetivação das políticas públicas sobre o tema. Métodos:
Um estudo de caso realizado no nível central e regional da gestão municipal, com a aplicação de entrevistas individuais semiestruturadas aos gestores e o levantamento de documentos oficiais. Foi utilizada a análise de conteúdo com a identificação das seguintes categorias analíticas no relato dos gestores:
percepção do gestor, possibilidades de atuação integrando as ações de promoção da saúde e transformações na produção de saúde. Resultados:
Os relatos demonstram que as ferramentas da promoção podem ampliar as possibilidades de intervenção na atenção primária para a abordagem da violência familiar, em especial no modelo organizacional proposto na Estratégia Saúde na Família (ESF), em que esta atuação se mostra particularmente desafiadora. Foram apontadas algumas ações facilitadoras, como a proximidade com o território e o protagonismo social. Conclusões:
As políticas desenvolvidas na gestão municipal têm exercido importante papel indutor na construção de novas práticas de saúde, a partir de uma perspectiva intersetorial. O olhar diferenciado dos gestores sobre a violência familiar parece fundamental para a ampliação de ações de prevenção da violência e de promoção à saúde.
Objective:
Evaluate the perception of healthcare sector managers in Municipal Rio de Janeiro, concerning their approach to family violence, from the perspective of health promotion and the actions developed in the last ten years, towards the implementation of public health policies on this issue. Method:
This is a case study conducted at the central and regional levels of municipal health management, through the application of semistructured interviews with individual managers and the survey of official data. Report content was analyzed and stratified into the following categories:
manager’s perceptions and options for linking health promotion actions to transformations in health production. Results:
Promotion tools can expand the range of possible interventions within primary care, especially under the organizational model proposed in the Family Health Strategy, where the options for addressing family violence are particularly challenging. Some facilitating factors were indicated, such as closer contact with the territory, and social advocacy. Conclusion:
The policies developed at the city management level have boosted the construction of innovative healthcare practices, based on an intersectoral perspective. Healthcare management's unique approach to family violence represents an essential element for expanded actions towards violence prevention and health promotion.