Urolitíase pediátrica: experiência de um hospital infantil de cuidados terciários
Pediatric urolithiasis: experience at a tertiary care pediatric hospital

J. bras. nefrol; 38 (1), 2016
Publication year: 2016

Resumo Introdução:

A urolitíase pediátrica tornou-se mais prevalente nas últimas décadas, com altas taxas de recorrência e considerável morbidade. A maioria das crianças com urolitíase idiopática tem uma anormalidade metabólica subjacente e a investigação adequada permite intervenções terapêuticas para reduzir a formação de novos cálculos e suas complicações.

Objetivos:

Identificar características demográficas e clínicas da urolitíase pediátrica, a etiologia, condutas terapêuticas, recidiva da doença e evolução dos pacientes em um hospital infantil de cuidados terciários.

Métodos:

Estudo descritivo e retrospectivo com pacientes pediátricos internados no Hospital Infantil Joana de Gusmão, Florianópolis, SC, Brasil, com diagnóstico de urolitíase, no período de janeiro 2002 a dezembro de 2012. Dados foram obtidos dos prontuários e foram incluídos aqueles com diagnóstico confirmado por exame de imagem e urina 24h ou amostra única urinária.

Resultados:

Foram avaliados 106 pacientes (65%M) pediátricos. Idade média ao diagnóstico 8,0 ± 4,2 e 85% tinham história familiar positiva para urolitíase. Dor abdominal, cólica nefrética clássica e infecção urinária foram as principais manifestações. 93,2% tinham alteração metabólica, sendo a hipercalciúria a mais comum. Tratamento farmacológico foi instituído em 78% dos casos. Utilizou-se citrato de potássio e hidroclorotiazida. Tratamento cirúrgico foi realizado em 38% dos pacientes. Houve resposta ao tratamento em 39% deles, com recidiva da urolitíase em 34,2%. Apenas 4,7% dos pacientes continuaram acompanhamento, 6,6% foram encaminhados para outros serviços, 8,5% receberam alta e 73,8% perderam acompanhamento.

Conclusão:

A urolitíase pediátrica merece avaliação metabólica detalhada após sua apresentação inicial para tratamento, acompanhamento e prevenção da formação lítica e de suas complicações.

Abstract Introduction:

Pediatric urolithiasis has become more prevalent in recent decades, with high recurrence rates and considerable morbidity. Most children with idiopathic urolithiasis have an underlying metabolic abnormality and proper research provides therapeutic interventions to reduce the formation of new stones and its complications.

Objective:

To identify demographic and clinical characteristics of pediatric urolithiasis, etiology, treatment management, disease recurrence and patient outcomes in a tertiary care pediatric hospital.

Methods:

A retrospective descriptive study of pediatric patients admitted to the Hospital Infantil Joana de Gusmão in Florianópolis, SC, Brazil, who were diagnosed with urolithiasis, from January 2002 to December 2012. Data were obtained from medical records. Those patients with diagnosis confirmed by imaging and 24hr urine or single sample urine were included.

Results:

We evaluated 106 pediatric patients (65% M). Average age at diagnosis was 8.0 ± 4.2 and 85% of them had positive family history of urolithiasis. Abdominal pain, renal colic and urinary tract infection were the main manifestations. 93.2% had metabolic abnormality and hypercalciuria was the most common. Pharmacological treatment was established in 78% of cases. Potassium citrate and hydrochlorothiazide were used. Surgical treatment was performed in 38% of patients. There was response to treatment in 39% of patients with recurrence of urolithiasis in 34.2% of them. Only 4.7% of patients continued follow-up, 6.6% were referred to other services, 8.5% were discharged and 73.8% lost follow-up.

Conclusion:

Pediatric urolithiasis deserves a detailed metabolic evaluation after their initial presentation for treatment, monitoring and prevention of its formation and its complications.

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