J. bras. patol; 37 (4), 2001
Publication year: 2001
Objetivos:
O estado de Misiones está situado no noroeste argentino, nas fronteiras oeste e norte com o Brasil e a leste do Paraguai. Este foi o interesse para estabelecer a evolução da sífilis na cidade de Posadas (300.000 habitantes), capital do estado de Misiones, desde 1997 até 2000. Métodos:
A sífilis foi analisada por meio da avaliação epidemiológica, clínica e confirmação laboratorial (VDRL e FTA-ABS). Todas as mulheres grávidas no momento da evolução foram consultadas no hospital Madariaga, durante o período de abril a junho, de 1997 até 2000 (n = 4700), as quais foram incluídas nas análises. Resultados:
A freqüência da sífilis em mulheres grávidas atendidas em hospital público foi de 2,1 por cento (1997), 2,6 por cento (1998), 4,6 por cento (1999) e 3,7 por cento (2000). A faixa etária de maior vulnerabilidade foi de 15 a 19 anos. A distribuição geográfica de casos originados de quatro grupos isolados em 1997 expandiu-se para uma grande ocorrência em todas as regiões de baixo nível de vida socioeconômico (30 por cento do total da população). A sífilis congênita chegou a uma média de 10,8 casos por 1000 crianças nascidas vivas nos últimos anos. Conclusão:
A cidade de Posadas teve um aumento de sífilis em mulheres grávidas de 1997 até 1999. Esta situação endêmica indica que o programa convencional STD-Aids teve um efeito mínimo ou nulo sobre a prática do sexo, principalmente em grupos de adolescentes. Um programa de intervenção do alvo geográfico (visita casa por casa) direcionado para prover controle pré-natal como prioridade teve início em 1999. Uma estabilização da sífilis em mulheres grávidas foi demonstrada em 2000, mas a incidência é ainda demasiadamente alta. Torna-se necessária a discussão de um programa de extensão regional que inclua a população binacional das grandes áreas povoadas