OBJETIVO:

Analisar a freqüência e os fatores de risco associados à estenose carotídea acima de 70 por cento em pacientes que serão submetidos a cirurgias de aorta abdominal.

MATERIAL E MÉTODO:

Foram analisados 94 pacientes que realizaram ultra-som Doppler de carótidas no pré-operatório de cirurgias de aorta abdominal entre janeiro de 2000 e janeiro de 2003, pela disciplina de Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo.

RESULTADOS:

Sessenta e sete pacientes (71 por cento) eram homens. Dentre os 94 pacientes, 42 (44,6 por cento) tinham doença oclusiva aorto-ilíaca, e 52 (53,4 por cento), aneurismas da aorta abdominal (AAA). A análise dos dados mostrou uma prevalência de estenose de carótidas acima de 70 por cento em 8,33 por cento dos pacientes com AAA e em 13,51 por cento dos pacientes com doença oclusiva aorto-ilíaca, diferença esta sem significância estatística (P = 0,5). Nos pacientes que apresentavam antecedente de isquemia cerebral - acidente vascular cerebral (AVC) ou ataque isquêmico transitório (AIT) -, houve uma prevalência estatisticamente maior de estenose carotídea entre 70 e 99 por cento. Outros fatores de risco para aterosclerose, como sexo masculino, diabetes, hipertensão arterial e tabagismo, não foram preditivos da presença de estenose carotídea acima de 70 por cento.

CONCLUSÃO:

A freqüência de estenose da carótida acima de 70 por cento em pacientes no pré-operatório de cirurgia de aorta foi de 9,57 por cento, e a presença de antecedente de AVC ou AIT na história foi preditiva de estenose acima de 70 por cento neste grupo de pacientes.