J. vasc. bras; 5 (1), 2006
Publication year: 2006
OBJETIVO:
Tratamento endovascular - angioplastia carotídea com stent (ACS) - tem se mostrado como opção atual no tratamento da estenose da artéria carótida em pacientes considerados de alto risco para endarterectomia de carótida (ECA). Este trabalho reporta a experiência do Instituto de Cirurgia Vascular e Endovascular (ICVE) de São Paulo nos casos de ACS em pacientes de alto risco. MATERIAL E MÉTODO:
Foi realizado um estudo retrospectivo descritivo baseado na análise dos prontuários de 113 pacientes (84 homens e 29 mulheres) submetidos a 130 procedimentos de ACS pelo ICVE, no período de março de 2000 a junho de 2004. A idade média dos pacientes foi de 74 anos (variando de 51 a 86 anos). Os pacientes assintomáticos (55 por cento) apresentavam estenose > 75 por cento, enquanto nos sintomáticos (45 por cento) as lesões encontradas foram > 70 por cento. Foi indicado ACS nos seguintes pacientes:
alto risco para ECA (45 por cento), reestenose pós-ECA (15 por cento), estenose carotídea severa bilateral (14 por cento), oclusão da carótida contralateral (12 por cento), bifurcação alta (no nível ou acima da segunda vértebra cervical) (6 por cento), estenose pós-radioterapia (5 por cento) e pescoço hostil (3 por cento). As lesões encontradas localizavam-se na bifurcação carotídea (46 por cento), carótida interna (32 por cento), origem da artéria carótida comum (9 por cento), tronco braquiocefálico (8 por cento) e artéria carótida comum (5 por cento). RESULTADO:
Foi observado um total de sete eventos neurológicos (cinco casos de acidente vascular encefálico e dois pacientes que apresentaram ataque isquêmico transitório). A taxa de óbito foi de 0 por cento. A taxa total de complicações (acidente vascular encefálico, acidente isquêmico transitório, óbito) foi de 5,3 por cento. CONCLUSÃO:
ACS demonstrou ser um procedimento com baixa taxa de complicações, sendo uma opção segura e eficaz nos pacientes de alto risco para ECA.