Associação entre atividade física e tempo de tela com o nível socioeconômico em adolescentes
Association between physical activity and screen time with socioeconomic level in adolescents

Rev. bras. ativ. fís. saúde; 20 (5), 2015
Publication year: 2015

Apesar da reconhecida importância da atividade física (AF) para saúde, evidências sugerem que o tempo em atividades sedentárias tem aumentado entre adolescentes, podendo estar associado a diversos fatores, entre eles os socioeconômicos. O objetivo do estudo foi identificar as associações entre AF, comportamento sedentário e o nível socioeconômico (NSE) em adolescentes. O estudo contou com uma amostra de 1.455 adolescentes (741 moças) de 10 a 17 anos selecionados aleatoriamente em escolas públicas de Uruguaiana/RS. A AF foi estimada pelo PAQ-C e PAQ-A e os adolescentes foram classificados como suficientemente ou insuficientemente ativos. O comportamento sedentário foi considerado a partir do autorrelato (questionário) sobre o tempo de tela (tempo médio diário assistindo televisão, usando computador, videogame e outros equipamentos eletrônicos).

Os adolescentes foram divididos em dois grupos:

tempo de tela de até três horas/dia e superior a três horas/dia. O NSE foi considerado conforme o Critério de Classificação Econômica Brasil. Para a análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva, o teste Qui-quadrado para tendência e a regressão logística binária. A AF não apresentou associação com o nível socioeconômico (p=0,562), inclusive quando a análise foi estratificada por sexo (rapazes p=0,360; moças p=0,309). O tempo de tela se associou ao nível socioeconômico apenas nos rapazes (p=0,043). Adolescentes do sexo masculino de nível socioeconômico mais alto têm mais chance (OR:1,83; IC95%:1,02-3,28) de permanecer mais de três horas/dia em atividades sedentárias. O nível socioeconômico está diretamente associado ao tempo de tela em adolescentes do sexo masculino.
Despite the recognized importance of physical activity (PA) for health, evidence suggests that the time in sedentary activities has increased among adolescents and may be associated with several factors, including socioeconomic. The aim of the study was to identify associations between AF, sedentary behavior and socioeconomic status (SES) in adolescents. The study had a sample of 1,455 adolescents (741 girls) from 10 to 17 years randomly selected from public schools in Uruguaiana/RS. The AF was estimated by the PAQ-C and PAQ-A and adolescents were classified as sufficiently or insufficiently active. Sedentary behavior was considered from the self-report (questionnaire) on screen time (average daily time watching television, using computer, video games and other electronic equipment).

The adolescents were divided into two groups:

screen time up to three hours / day and more than three hours / day. The NSE was considered as the Criterion of Economic Classification Brazil. For data analysis was used descriptive statistics, Chi-square test for trend and binary logistic regression. The AF was not associated with socioeconomic status (p = 0.562), even when the analysis was stratified by gender (p = 0.360 boys; girls p = 0.309). The screen time was associated with socioeconomic level only in boys (p = 0.043). Male adolescents of higher socioeconomic status are more likely (OR: 1.83; 95% CI: 1.02 to 3.28) to stay more than three hours / day in sedentary activities. Socioeconomic status is directly associated with the screen time in male adolescents.

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