É importante a função de continência no atendimento de pacientes de quadros graves. Entretanto, há formas de amar que aparecem de forma idealizada ou de maneira extremamente sádica e perversa. Na psicoterapia com pacientes que necessitam de continente, como os transtornos de pânico e obsessivos-compulsivos, há momentos de desespero, nos quais predominam sentimentos de vazio total, de desinteresse, algo como uma ausência de mente ou uma mente que é incapaz de pensar. Formulou-se, assim, a hipótese, de que esta sensação de ausência de mente, de incapacidade de construir um pensamento, sequer era decorrente de um ataque do paciente à relação analítica, de uma rejeição a qualquer relação que apresentasse ser criativa. São descritos momentos nos quais a terapeuta observou fatos clínicos resultantes do mecanismo de identificação projetiva. Nos transtornos obsessivos- compulsivos ocorre uma dificuldade na fixação da libido e no desenvolvimento da capacidade de amar, a qual foi representada pelos ataques que o paciente fazia à relação terapêutica, nos quais ele expressava o desejo de impedir o desenvolvimento do vínculo transferencial positivo, com medo dos sentimentos de liberdade e de criatividade