Considerações éticas sobre o papel dos profissionais de saúde mental que atuam junto a centros de transplante cardíaco
Ethical considerations on the role of mental health professionals working in a cardiac transplant center

Mudanças; 8 (13), 2000
Publication year: 2000

Na área de transplante de órgãos, as questões éticas costumam recair sobre a legitimidade de se deslocar os recursos financeiros que poderiam ser aproveitados para prevenção e tratamento de doenças de maior interesse em saúde pública, em prol da realização de um procedimento com alto custo, para atender um percentual reduzido de pacientes. A avaliação psicológica de pacientes ao transplante cardíaco está incluída, formalmente, dentre os procedimentos de eleição para este tipo de procedimento. Constatou-se que a proporção de pacientes rejeitados variava de 0 a 37 por cento, sendo maior nos programas norte-americanos. As críticas à exclusão de pacientes que necessitam de um transplante cardíaco, devido a morbidade psiquiátrica, apontam para uma baixa taxa de abandono de tratamento, tendo ocorrido em apenas um caso, dentre os 55 pacientes que foram transplantados e num período de observação de oito anos. Concluiu-se pela necessidade de que os serviços de captação de órgãos tenham, em seu quadro, profissionais de saúde mental, no sentido de fornecer aos familiares do doador a possibilidade de assistência psicológica para auxiliar na elaboração psíquica diante da perda, freqüentemente, decorrente de circunstâncias trágicas.

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