O presente estudo tem como objetivo geral conhecer as características adaptativas dos médicos-obstetras e como eles lidam ou lidaram com a gestaçäo de alto-risco. A amostra foi constituída de 14 médicos-obstetras, de ambos os sexos, sendo sete do sexo masculino e sete do sexo feminino, que estivessem acompanhando ou já acompanharam gestantes de alto-risco.

Foram utilizados neste estudo:

(a) Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada - E.D.A.O. de Ryad Simon (1989 e 1996), (b) Entrevista em Prevençäo, (Simon, 1989) e (c) Desenho da Figura Humana de Karen Machover (1949), incluindo o Questionário e o Protocolo adaptados por Odette Lourençäo van Kolck (1984). Os resultados indicaram que um grande número dos médicos-obstetras entrevistados (seis) encontram-se com Adaptaçäo Ineficaz Leve, três com Adaptaçäo Eficaz, três com Adaptaçäo Ineficaz Moderada e dois com Adaptaçäo Ineficaz Severa, sendo que nenhum deles encontram-se com Adaptaçäo Ineficaz Grave, nem em Crise. Todos relatam que em situações de alto-risco se sentiram bastante angustiados, temerosos pela vida da paciente e, que os anos de experiência näo diminui esses sentimentos. A maioria dos médicos acredita que é necessário se estabelecer, entre ele e suas pacientes, uma relaçäo mútua de confiança e sinceridade. E, como em todo relacionamento humano as situações transferenciais e contratransferenciais säo inevitáveis, entendemos que, quando elas säo positivas o trabalho se desenvolve de forma muito mais satisfatória e gratificante para ambos