O artigo parte da pergunta se é possível termos definições de eutanásia e suicídio assistido capazes de dirimir os conflitos morais que se surgem a seu respeito. Responde negativamente, baseado na lei de Hume que proibe argumentar derivando o que deve ser (domínio da moral) daquilo que é (domínio fáctico) para näo incorrer numa falácia naturalista. Depois de analisar as dificuldades de definir o processo "morte" em termos de um evento facilmente identificável, e percorrer historicamente as vicissitudes da semântica dos conceitos de eutanásia e suicídio assistido, o artigo aborda as razões substanciais e contingentes que sustentam os pros e os contra a eutanásia e o suicídio assistido, para concluir que, em determinadas circunstâncias, existe uma prioridade lexical do direito à autodeterminaçäo pessoal sobre os direitos de terceiros