Este estudo foi realizado para avaliar o efeito de alguns fatores salivares e da composição da placa dental na progressão da cárie in situ. O fluxo salivar, a capacidade tampão e os níveis de estreptococos mutans na saliva de 13 voluntários foram determinados inicialmente. Durante 3 períodos distintos de 4, 7 e 10 dias, eles utilizaram um dispositivo palatino contendo 4 blocos de esmalte bovino. Dez vezes ao dia, uma solução de sacarose a 20 por cento foi gotejada sobre os blocos de esmalte. Durante o experimento, os voluntários utilizaram um dentifrício não fluoretado. Estreptococos mutans (EM), cálcio (Ca) e polissacarídeos insolúveis (PI) foram quantificados na placa formada sobre os blocos após cada período. A desmineralização do esmalte foi avaliada através de microdureza de superfície, e a porcentagem de perda de dureza de superfície (porcentagem PDS) foi calculada em relação aos valores de dureza iniciais. Houve desmineralização do esmalte após cada período de acúmulo de placa (p < 0,05) e a porcentagem PDS aumentou com o tempo (de 13,8 para 48,3 por cento). As concentrações de Ca e PI na placa dental não foram diferentes entre os tempos experimentais, mas correlações significantes foram encontradas entre elas e a porcentagem PDS. Os fatores salivares avaliados inicialmente e os níveis de estreptococos mutans na placa não apresentaram correlação estatisticamente significante com a porcentagem PDS. Os resultados mostraram que a desmineralização do esmalte depende do tempo e está mais relacionada à composição do biofilme formado do que aos fatores salivares estudados.