A sucata como avesso complementar da contemporaneidade
Scrap as the complementary reverse of contemporaneity
El material de desperdício como el reverso complementario de la contemporaneidad
Pesqui. prát. psicossociais; 10 (2), 2015
Publication year: 2015
Este artigo objetiva discutir os significados da sucata na contemporaneidade, apresentando o relato de uma experiência com sucata em oficina de criação espontânea, realizada em uma universidade, como parte de uma investigação sobre os sentidos atribuídos à sucata. Propõe-se, então, a sucata - cujo significado etimológico é objeto sem valor - e as relações que ela mantém, tanto no plano econômico quanto no plano das relações sociais, como objeto e, também, como método de investigação científica. Observamos que a sucata deixa de ser apenas um objeto sem valor para se tornar um meio, um caminho que abre possibilidades de leituras de mundo, de interferências no mundo, de desdobramentos, de vias de escape. Conclui-se, assim, que em toda sua complexidade, a sucata da história (história pessoal e social), pode proporcionar, por meio de sua característica maior - a falta de significado -, a possibilidade de ressignificação, tornando-se um modo, um método, às avessas, em negativo, do contemporâneo.
The main objective of this article is to discuss the meanings associated to refuse/scrap nowadays, presenting a report about an experience conducted in a university campus, exploring scrap workshop spontaneous creation, as part of an investigation into the meanings assigned to it. We focus on the concept of refuse/scrap - whose meaning is associated with worthless material- and the relationships it maintains, both on the economic level and in terms of social relations, and also as object and scientific research method. We can observe that scrap metal ceases to be just worthless object, to become a means and a path, which enables world readings, interference and escape routes in world developments. We conclude, therefore, that in all its complexity, scrap history (personal and social history), despite being considered worthless as its greatest feature, can provide - considering its lack of meaning - the possibility of reframing, becoming a method in reverse, as a negative, of the contemporary.
Este artículo objetiva discutir los significados de la chatarra en la contemporaneidad, presentando el relato de una experiencia con la chatarra en un taller de creación espontánea, realizada en una Universidad, como parte de una investigación sobre los sentidos atribuidos a la chatarra. De ahí, se propone la chatarra - cuyo significado etimológico es objeto sin valor - y las relaciones que ella mantiene, tanto en el plano económico como en los planos de relaciones sociales, como objeto y también como un método de investigación científica. Observamos que la chatarra deja de ser apenas un objeto sin valor para convertirse en un medio, un camino que abre posibilidades de lecturas de mundo, de interferencias en el mundo, de desdoblamientos, de despliegue. Se concluye, por lo tanto, que en toda su complejidad, la chatarra, chatarra de la historia (historia personal y social), puede proporcionar por medio de su mayor característica - la falta de significado - la posibilidad de resignificación, convirtiéndose en un método, al revés, en negativa, de lo contemporáneo.