Questões epistemológicas e bioéticas da prevenção quaternária
Epistemological and bioethical issues of quaternary prevention

Physis (Rio J.); 22 (4), 2012
Publication year: 2012

Este artigo avalia a atual tendência conceitual em Medicina Geral/Familiar, Saúde Pública e Coletiva, no tocante à prevenção quaternária. Os objetivos são identificar e divulgar esse tipo de prevenção e refletir epistemológica e eticamente sobre seus discursos. A metodologia utilizada é qualitativa, de tipo hermenêutico. Começamos por relembrar as três dimensões da prevenção da doença, desenvolvendo sua quarta forma, que é uma espécie de prevenção das anteriores. Em seguida, abordamos a atribuição da urgência de prevenção quaternária a alguns grupos específicos: médicos, idosos, "pseudo-doentes" e doentes psiquiátricos. Depois, avaliamos se os princípios-base da Bioética são ou não abordados (e o quão desenvolvidos) nesse tipo de prevenção. Ainda que tenhamos delineado algumas críticas anteriormente, abrimos uma seção especialmente para isso, na qual desmontamos epistemológica e eticamente textos dessa linhagem, que resultam em discursos nem sempre coerentes nem coadunados com a prática clínica efetiva. Salientamos o discurso dualista que se esconde por trás da maior parte dos textos, e que anula o pretenso holismo que defendem. O resultado da pesquisa é que os principais defensores desse tipo de prevenção utilizam um discurso nem sempre coerente, quer epistemologica, quer eticamente. Concluímos que, sendo uma expressão muito útil na prática clínica, a prevenção quaternária precisa ser aclarada teoricamente e mais divulgada entre - e dialogada com - profissionais de saúde de várias especialidades.
This paper assesses the current conceptual trend in General Medicine / Family, Public and Collective Health regarding quaternary prevention. The goals are to identify and disseminate this type of prevention and reflect on their epistemological and ethical discourses. The methodology is qualitative, of hermeneutic type. We begin by recalling the three dimensions of disease prevention, developing its fourth type, which is a kind of prevention of the above.

Then we address the allocation of the urgency of quaternary prevention to some specific groups:

doctors, elderly, "pseudo-patients" and psychiatric patients. Next, we assessed whether the basic principles of bioethics are not addressed (and how developed) in this type of prevention. Although we have previously outlined some criticism, we opened a section especially for this, in which we epistemologically and ethically disassembled texts of that lineage, resulting in speeches not always consistent or aligned with effective clinical practice. We emphasize the dualistic discourse that hides behind most texts, and defeats the defending alleged holism. The research result is that the main proponents of this type of prevention using a speech is not always consistent, either epistemologically or ethically. We conclude that, being a very useful expression in clinical practice, the quaternary prevention needs to be theoretically clarified and more widespread among - and dialogued with - health professionals of various specialties.

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