Proposições para a formação de aconselhadores em HIV/Aids
Proposals for training counselors on HIV / AIDS

Physis (Rio J.); 23 (3), 2013
Publication year: 2013

Problematiza-se a formação de aconselhadores em HIV/Aids, exigência do Ministério da Saúde, para que profissionais de saúde desenvolvam essa prática junto ao usuário que busca testagem anti-HIV. Abordar a formação é estratégico para qualificar sua prática na direção de construção de respostas mais eficazes e efetivas à Aids. Análises de manuais do ministério e de entrevistas com aconselhadores, realizadas em pesquisa de tese (em andamento), subsidiam a discussão. Destacam-se das análises dos manuais uma concepção de subjetividade-identidade, como uma marca inexorável definida pelas práticas sexuais do usuário, e tendência prescritiva e diretiva nas recomendações aos profissionais. Das análises de entrevistas, destacam-se os modos de aconselhar identificados - instrução e relação. Esses achados se somam às reflexões em torno do aconselhamento - tratado como dispositivo em saúde e como produção não material no contexto das reflexões sobre o mundo do trabalho nas sociedades capitalistas. Sugere-se que o aconselhamento tende a ser capturado por uma perspectiva mercadológica, pela íntima associação entre racionalidade científica e econômica, no campo da saúde. Esse arranjo é sustentado pela ainda hegemônica ideologia biomédica nas práticas em saúde. Para escapar dessa direção, sugere-se posicionamento crítico do aconselhador na execução de seu trabalho, evitando postura diretiva e protocolar. O aconselhamento-relação apresenta-se como modo de aconselhar alternativo, pelo uso de tecnologias leves, relações horizontalizadas, respeito às singularidades e o protagonismo do usuário nos cuidados de si. São apresentadas, finalmente, proposições (princípios e conteúdos) para a realização de processos formativos na direção do aconselhamento-relação.
This paper discusses the formation of counselors in HIV / AIDS, requirement of the Ministry of Health for health professionals to develop this practice among users seeking HIV testing. To addressing training is strategic to qualify their practice, building more efficient and effective responses to AIDS. Analyses of manuals of the ministry and interviews with advisors, conducted within a research thesis (in progress), subsidize the discussion. From the analyses of textbooks are highlighted the concept of subjectivity-identity, as a relentless brand defined by the user's sexual practices, and prescriptive and directive trend in recommendations for professionals. From the analysis of interviews, we highlight the identified advising ways - education and respect. These findings add to the reflections on the advice - treated as health device and non material production in the context of reflections on the world of labor in capitalist societies. It is suggested that counseling tends to be captured by the commodity perspective, the close association between scientific and economic rationality in the health field. This arrangement is supported by the still hegemonic ideology in biomedical health practices. To escape this direction, it is suggested critical positioning for counselors in conducting their work, avoiding directive and protocol posture. The counseling-relationship is presented as an alternative advisory way by using lightweight technologies, aligned relationships, respect for differences and the role of the user in his own care. Finally, propositions (principles and contents) are presented to conduct training processes towards relationship-advice.

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