A saúde e o trabalho de médicos de UTI neonatal: um estudo em hospital público no Rio de Janeiro
Health and medical work of neonatal ICU physicians: a study in a public hospital in Rio de Janeiro
Physis (Rio J.); 25 (3), 2015
Publication year: 2015
ResumoEste artigo tem como objetivo conhecer a perspectiva de médicos sobre a saúde e o trabalho em uma unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital público do estado do Rio de Janeiro. Para tal, realizou-se pesquisa de cunho qualitativo e de caráter exploratório. Foram realizadas 13 entrevistas individuais e semiestruturadas, com roteiro de perguntas abertas. No que tange à análise dos materiais, adotou-sea técnica de análise do discurso, sendo identificados quatro eixos empíricos de discussão, a saber: elementos da atual configuração do trabalho médico; o trabalho na UTI neonatal; a saúde dos médicos e a prática de automedicação e a necessidade de espaços de diálogo; gênero no trabalho médico e na pediatria. Ao fim, verificou-se que as transformações técnicas e organizacionais do trabalho médico vêm se acelerando e gerando significativas consequências para a vida e a saúde desses trabalhadores. Constatou-se, ainda, preponderância da ausência de vínculos trabalhistas estáveis e precedência de escolha pela atividade de plantões devido às atuais condições salariais, gerandomaior carga de trabalho. Conclui-sepela necessidade de uma política de valorização profissional abrangente que inclua mudanças na organização laboral a partir dos locais de trabalho com a participação dos trabalhadores.
AbstractThis article aims to know the perspective on health and the work of doctors in a neonatal intensive care in a public hospital in the state of Rio de Janeiro. To this end we carried out a qualitative and exploratory study. Thirteen individual and semistructured interviews with script questions were conducted. Regarding the analysis of the materials, we adopted the discourse analysis technique, and identified four empirical lines of discussion, namely: the current medical work setting elements; work in the NICU; doctors' health and the practice of self-medication and the need for dialogue; gender in medical practice and pediatrics. It was found that the technical and organizational transformations of medical work are accelerating and generating significant consequences for the lives and health of these workers. We also found preponderance of the absence of stable employment relationships and precedence of choice for shifts of activity due to the current salary conditions, generating increased workload. The results confirmed the need for a comprehensive professional development policy that includes changes in work organization from workplaces, with the participation of employees.