Sujeitos e(m) experiências: estratégias micropolíticas no contexto da reforma psiquiátrica no Brasil
Subjects and (in) experience: micropolitical strategies in the context of the psychiatric reform in Brazil

Physis (Rio J.); 26 (1), 2016
Publication year: 2016

Este artigo discute os processos de desinstitucionalização desencadeados pela reforma psiquiátrica brasileira e as estratégias micropolíticas relacionadas a esses processos. Os dados que subsidiam nossas discussões advêm de uma pesquisa etnográfica realizada nos anos de 2010 e 2011, nas cidades brasileiras de Joinville, Santa Catarina, e Barbacena, Minas Gerais, assim como em Torino, Trieste e Gorizia, na Itália, com o objetivo de realizar uma análise crítica da reforma psiquiátrica brasileira do ponto de vista dos chamados usuários e usuárias dos serviços de saúde mental. Os aspectos aqui discutidos mostram como as experiências dos sujeitos nesses serviços estão marcadas pela definição de lugares relacionais e hierárquicos, bem como por processos complexos de (des)subjetivação, onde se engendram estratégias micropolíticas de sujeição e resistências. Apontam para a necessidade de construir diferentes maneiras de operar com as concepções relacionadas aos sujeitos, suas experiências e modos de agir nos processos de desinstitucionalização.
This article discusses the institutionalization of processes triggered by the Brazilian psychiatric reform and the micro-political strategies related to these processes. The data supporting our discussions come from an ethnographic research conducted in the years 2010 and 2011, in the Brazilian cities of Joinville, Santa Catarina state, and Barbacena, Minas Gerais state, as well as in Turin, Trieste and Gorizia, in Italy, aiming to develop a critical analysis of the Brazilian psychiatric reform from the perspective of the so-called users of mental health services. The issues discussed here show how the experiences of the subjects in these services are marked by the definition of relational and hierarchical places, and also by complex processes of subjectivation, in which micro strategies of subjection and resistance engender. Their experiences and ways of acting in the deinstitutionalization process point to the need for construction of different ways to work with the concepts related to the subjects.

More related