O brincar e suas relações com o desenvolvimento
Playing and its relationship with development
Psicol. argum; 24 (45), 2006
Publication year: 2006
A literatura psicológica sobre o brincar e o seu papel no desenvolvimento infantil é bastante vasta, o que enfatiza sua importância. Há indicações de que, para que se compreenda o brincar da criança, sobretudo na escola, deve-se levar em consideração tanto os períodos de desenvolvimento quanto as etapas transicionais em um determinado período. Este artigo focaliza aspectos teóricos do brincar e sua relação com o desenvolvimento infantil, considerando, de forma crítica e integrada, perspectivas de autores clássicos, tais como Piaget, Wallon, Vygotsky e Leontiev. Conclui-se que a relação entre desenvolvimento, brincadeira e cultura não pode ser ignorada. O brincar, seja do ponto de vista social seja do individual, não é uma atividade secundária no desenvolvimento infantil, ao contrário, é ela que fornece os principais meios para as articulações entre desenvolvimento pessoal e sócio-histórico. Além disso, do ponto de vista do cotidiano escolar, emerge a necessidade de discussões sobre um tempo pedagógico, envolvendo o brincar, que esteja mais articulado com as possibilidades objetivas e subjetivas da criança no seu desenvolvimento, mesmo que a escola esteja principalmente voltada para a aquisição do conhecimento
he psychological literature on play and its importance on children ́s development is quite broad, thatemphasizes its importance. It seems that, in order to understand children ́s playing, particularly concerningschool, it should be taken into account both development stages and the transitional phases within these stages.This article focus theoretical aspects of playing and its relationship with infant development, considering theperspective of authors such as Piaget, Wallon, Vygotsky e Leontiev in a critical and integrated manner. Itconcludes by stating that the relationship between development, playing and culture cannot be ignored. Playing,from both social and individual perspective, is not a secondary activity in children’s development. On thecontrary, playing activities give the means to articulate personal and socio-historical development. Besides, fromthe point of view of school daily life, there is the emergence of the need to discuss about a pedagogical timethat includes playing. This should go together with the objective and subjective possibilities of children and theirdevelopment, even considering that schools are more concerned with knowledge acquisition.