Adaptação da escala de discriminação quotidiana para jovens portugueses
Adaptation of the everyday discrimination scale to portuguese youth

Psicol. reflex. crit; 28 (4), 2015
Publication year: 2015

Resumo O objetivo deste estudo foi a adaptação da Escala de Discriminação Quotidiana para a população jovem portuguesa. Após tradução, ajustes semânticos aos itens, inclusão de dois itens para aumento da validade de constructo e a aferição da validade facial, os itens da escala foram respondidos por 2996 jovens estudantes do ensino secundário em Portugal. A Análise Fatorial Exploratória (AFE) revelou uma estrutura de dois fatores - Tratamento Injusto e Rejeição Pessoal - com quatro itens cada (sete itens da escala original e um formulado neste estudo). A Análise Fatorial Confirmatória (AFC) validou um modelo hierárquico, em que os dois fatores observados na AFE estão subordinados a um fator latente de segunda ordem, a Percepção de Discriminação. A escala permite diferenciar a discriminação percepcionada por grupos alvo de preconceito social, observando-se diferenças significativas nos valores reportados entre pessoas negras e brancas e entre jovens lésbicas, gays, bissexuais e participantes heterossexuais. O instrumento explica parcialmente variações ao nível de saúde mental, observando-se uma correlação negativa moderada entre a discriminação percepcionada e a saúde mental. Os resultados sugerem que a versão adaptada da escala apresenta validade de constructo, sendo bastante apropriada para avaliar e comparar a percepção de discriminação de jovens (AU).
Abstract The aim of this study was the adaptation of the Everyday Discrimination Scale to Portuguese youth. Scale items were subject to translation and adaptation, and two items were incorporated into the scale to increase construct validity. After establishing face validity, data from 2996 high school students were subject to Exploratory Factorial Analysis (EFA) and Confirmatory Factor Analysis (CFA). The EFA results portrayed a two-factor solution - Unfair Treatment and Personal Rejection - with four items each (seven items of the original scale and one prepared to this study). The CFA validated a hierarchical model in which the two factors observed in the EFA are subordinated to a second order latent factor, the Perception of Discrimination. The instrument was able to distinguish the perceptions of discrimination felt by prejudiced groups, since significant differences were observed between black and white participants, and between lesbian, gay and bisexual participants and their heterosexual counterparts. The instrument partially explains variations in mental health levels, given the observation of a negative correlation between perceived discrimination and mental health. The study concludes that this adapted version of the scale is a proper resource to the measurement and comparison of the perceptions of discrimination felt by the young (AU).

More related