Racismo como verbalismo? Delineamentos para compreensão da aquisição do racismo entre cegos congênitos
Racism as verbalism? Designs for understanding the acquisition of racismo among congenitally blind

Psicol. soc. (Online); 25 (1), 2013
Publication year: 2013

O artigo discute a questão da aquisição do racismo e do preconceito racial em crianças cegas congênitas. Está parcialmente fundamentado na perspectiva do antropólogo Lawrence A. Hirschfeld, estudioso da dimensão cultural da vida mental, pela ênfase que confere à linguagem na formação de conceitos raciais, em detrimento de indicadores visuais. O cerne do artigo reside em considerar algumas possibilidades alternativas para a construção de conceitos raciais e para a vivência do fenômeno do racismo que ora apontam para um padrão próprio aos cegos, ora apontam para um padrão semelhante ao dos videntes ou, ainda, para o mero artificialismo na vivência do racismo. Para esta alternativa, torna pertinente a introdução de uma discussão sobre relações de poder entre cegos e videntes numa sociedade visual, onde se observa que as condições sociais influenciam significativamente. O verbalismo se constitui num processo que parece acentuar a condição de subordinação dos cegos.
This article discusses the issue of the acquisition of racism and racial prejudice in children with congenital blindness.This study was partially based on the perspective of the viewpoint of the anthropologist Lawrence A. Hirschfeld, who has researched cultural dimension of the mental life through emphasis on the role of language on the development of racial concepts, at the expense of visual indicators. The core of the study stands on considering alternative possibilities for shaping racial concepts and experiencing racism which, which at times suggest a pattern unique to the blind and, at others, one similar to the sighted, and yet occasionally evoke the mere artificiality of the experience of racism.Under this premise, the article finds it pertinent to introduce a discussion about power relations between the blind and the sighted in a visual society, whereby the social context associated with blindness significantly influences. Verbalism becomes thus a process which appears to accentuate the subordinate status of the blind.

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