Os grandes ensaios terapêuticos em arritmias ventriculares e sua repercussäo na terapêutica farmacológica antiarrítmica
Great trials with antiarrhytmic drugs on treatment of ventricular arrythmias and their impact on modern pharmacology therapy

REBLAMPA Rev. bras. latinoam. marcapasso arritmia; 10 (4), 1997
Publication year: 1997

As arritmias ventriculares têm sido objeto de numerosos estudos multicêntricos nos últimos vinte anos. Os resultados desses estudos modificaram näo só as opçöes terapêuticas atuais, como também motivaram a elaboraçäo de novos ensaios terapêuticos. A populaçäo de coronarianos após o infarto do miocárdio tem sido a mais amplamente estudada. As drogas da classe II foram as únicas que realmente preveniram a mortalidade total em infartados sem taquiarritmias ventriculares sustentadas prévias. Já as drogas da classe I, apesar de serem potentes supressoras de ectopias ventriculares, näo demonstraram reduçäo da mortalidade. No CAST, em um acompanhamento médio de 10 meses, a mortalidade foo maior no grupo tratado (7,7 por cento) que o placebo (3 por cento). Metanálises realizadas com drogas dessa classe mostraram mortalidade maior no grupo tratado (5,6 por cento) que no placebo (4,9 por cento). Quando comparada com o placebi, a amiodarona promoveu uma reduçäo de 33 'por cento' no risco de morte por arritmia no CAMIAT, que acompanhou por 2 anos pacientes infartados com arritmia ventricular complexa. Entretanto a reduçäo da mortalidade total de 18 'por cento' näo foi considerada estatisticamente significante. No EMIAT, comparada com o placebo, a amiodarona tampouco reduziu a mortalidade total em infartados portadores de disfunçäo ventriuclar esquerda. Durante 2 anos de acompanhamento em portadores de miocardiopatia, o GESICA revelou menor mortalidade total em uma populaçäo com apenas 39 'por cento' de coronarianos, 1,2 grupo tratado com a amiodarona. A reduçäo de risco foi de 28 'por cento', quando comparada com o grupo controle. O STAT-CHF näo demostrou reduçäo da mortalidade total em miocardiopatas (71 por cento de coronarianos) comparando o placebo (42 por cento) com a amiodarona (39 por cento) durante um acompanhamento de 2 anos. No grupo de pacientes que sobreviveram à fibrilaçäo ventricular, o CASCADE demonstrou menor mortalidade no grupo tratado impiricamente com a amiodarona quando comparado a drogas da classe I guiadas pelo Holter ou pelo estudo eletrofisiológico. Comparando o D,L sotalol com drogas classe I, o ESVEM demonstrou menor incidência de recorrência da taquicardia ventricular sustentada e menor mortalidade quando comparado com seis drogas da classe I em três anos de acompanhamento. O sucesso da amiodarona e do sotalol no controle das taquicardias sustentadas foi atribuído à combinaçäo da açÝo classe III com a ß - bloqueadora presente nas duas

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