Papel da ecocardiografia no manuseio da fibrilaçäo atrial
A role of echocardiography in the management of atrial fibrilation
REBLAMPA Rev. bras. latinoam. marcapasso arritmia; 12 (4), 1999
Publication year: 1999
A fibrilaçäo atrial é a arritmia cardíaca sustentada mais comum na prática clínica e está associada a considerável morbidade e, em alguns subgrupos, também a elevada mortalidade. O manuseio ideal da fibrilaçäo atrial requer conhecimento sobre sua etiologia, prognóstico e opçöes terapêuticas disponíveis. O ecocardiograma transtorácico constitui método de escolha para pacientes que apresentam seu primreiro episódio de fibrilaçäo atrial, pois, além de possibilitar o reconhecimento de sua etiologia e de fornecer dados sobre a funçäo ventricular esquerda, é capaz de medir com precisäo o tamanho do átrio esquerdo. Entretanto, o ecocardiograma transtorácico näo é método adequado para identificar ou excluir a presença de trombo intra-atrial, particularmente aqueles localizados no apêndice atrial esquerdo. Por sua vez o ecocardiograma transesofágico poroporciona visibilizaçäo excelente, tanto dos átrios quanto dos seus apêndices, e pode ser utilizado para guiar o processo de cardioversäo da fibrilaçäo atrial. Quando comparada à estratégia convencional (3 a 4 semanas de anticoagulaçäo pré-cardioversäo), a estratégia guiada pelo ecocardiograma transesofágico (anticoagulaçäo prévia de curta duraçäo) parece ser eficaz e segura, além de permitir uma cardioversäo mais precoce e possivelmente, associar-se a um menor risco de embolismo e menor incidência de sangramentos. Entretanto em ambas as estratégias, a anticoagulaçäo oral deve ser continuada por 4 semanas após a cardioversäo, tendo em conta a recuperaçäo completa da funçäo mecânica atrial. Finalmente um ensaio multicênticro amplo (ACUTE) comparando a estratégia guiada pelo ecocardiograma transesofágico com a estratégia convencional de cardioversäo encontra-se em andamento e, num futuro próximo, apontará para a melhor estratégia de manuseio da fibrilaçäo atrial.