A reutilização de um cardioversor-desfibrilador implantável como "ponte" para o transplante cardíaco
RE-utilization of an implantable cardioverter-defibrillator as a bridge to heart transplantation

REBLAMPA Rev. bras. latinoam. marcapasso arritmia; 15 (3), 2002
Publication year: 2002

Relata-se o caso de uma paciente portadora de cardiomiopatia chagásica, internada no Hospital Beneficência Portuguesa, com insuficiência cardíaca congestiva classe funcional IV e arritmia ventricular complexa. Após avaliação, iniciou-se o protocolo para a realização de transplante cardíaco. A paciente apresentou fibrilação ventricular, sendo recuperada por manobras de ressuscitação cárdio-pulmonar. Submetida a um estudo eletrofisiológico invasivo, desencadearam-se duas taquicardias ventriculares de origens distintas, mal toleradas hemodinamicamente, sendo indicado o implante de um cardioversor-desfibrilador. Reutilizou-se por 84 dias uma prótese com 3 meses de uso, explantada de outro paciente, até a realização do transplante cardíaco, o que foi fundamental para garantir a sobrevida da paciente nesse período. Verificou-se que é possível reutilizar-se cardioversores-desfibriladores implantáveis uma vez que o alto custo da prótese, na época não era coberto pelo SUS, o que impossibilitava o acesso da grande maioria dos pacientes a esse tipo de terapia. Justifica-se assim a adoção dessa conduta, principalmente nos casos em que a perspectiva de uso do aparelho é por tempo limitado.

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