Os autores relatam a ocorrência de choques inapropriados numa população de pacientes submetidos a implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) para prevenção secundária de taquicardia ou fibrilação ventricular. Dentre 57 dispositivos implantados, choques inapropriados foram registrados em 6 pacientes. Houve tendência a menor incidência de choques inapropriados em pacientes com CDI atrioventricular (1/23) do que CDI ventricular (5/34) embora sem relevância estatística (p=0,1). Após analisar as causas dos choques inapropriados (fratura de cabo-eletrodo em 2 pacientes, interferência por miopotenciais diafragmáticos em 2, peitoral em 1 e 1 caso por ruídos respirofásicos transitórios), os autores concluem que um CDI atrioventricular não teria prevenido os choques inapropriados em nenhum dos 5 pacientes.

Conclusão:

O custo-benefício do implante de um cardioversor-desfibrilador atrioventricular com o intuito de prevenir choques inapropriados necessita ser reavaliado em casos de baixa probabilidade de ocorrência de taquiarritmias atriais paroxísticas na ausência de doença do nó-sinusal.