Acidentes com material biológico: a realidade de uma instituição hospitalar do interior paulista
Accidents involving biological material: the reality of a hospital in inner São Paulo state
Accidentes con material biológico: la realidad de una institución hospitalaria del interior del estado de São Paulo
REME rev. min. enferm; 13 (1), 2009
Publication year: 2009
Com este estudo, teve-se como objetivos caracterizar os profissionais da equipe de enfermagem que sofreram acidentes com material biológico no período de 2001 a 2006 e verificar a ocorrência de soroconversão pelos vírus da hepatite B e C e HIV por meio de exames comprobatórios. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo de caráter retrospectivo, com abordagem quantitativa. No período estudado, ocorreram 87 acidentes com material biológico entre os profissionais da equipe de enfermagem. Verificou-se a maior ocorrência de acidentes em 2003, 2005 e 2006, nas unidades de clínica médico-cirúrgica e pronto-socorro. Quanto ao sexo, o feminino foi o predominante, mas, com relação aos acidentes proporcionalmente ao número total de trabalhadores na instituição, o masculino destacou-se. A lesão percutânea envolvendo o sangue predominou nos acidentes. Em relação aos EPIs, a maioria dos profissionais faziam uso no momento da exposição. Das 87 exposições, ocorreram oito acidentes com pacientes, comprovados para hepatite B e C e HIV. Após o seguimento por meio de exames laboratoriais, não houve soroconversão dos acometidos. Essa realidade permitiu sugerir que intervenções sistemáticas devem ser incorporadas às políticas institucionais, o que poderá levar à maior adesão de medidas preventivas existentes, assim como as inovações tecnológicas relacionadas a esse tipo de agravo, priorizando a promoção da saúde no ambiente de trabalho, uma vez que se verificou que esse tipo de acidente causa prejuízos à vida do acidentado e da instituição.
This study aims to characterize the professionals of a nursing team who suffered accidents involving biological material between 2001 and 2006, as well as to verify the occurrence of seroconversion for hepatitis-B, C and HIV through corroborative tests. It is an exploratory and descriptive study with a quantitative approach. In the mentioned period, 87 accidents were reported. Most accidents occurred in 2003, 2005 and 2006 at the clinical surgery and emergency units. Females were most frequently victimized, and according to the proportional gender analysis of staff members, the number of victimized males was noteworthy. Percutaneous lesions involving blood were predominant. Most professionals were using IPE at the moment of exposure. Of the 87 exposure instances, eight accidents involving hepatitis B-, C- or HIV-positive patients occurred. After follow-up with laboratory tests, no seroconversion was observed. The mentioned facts show that systematic interventions should be incorporated to institutional policies in order to promote higher adherence to preventive measures and technological innovations related to this type of aggravation. Since this kind of accident causes loss to the victimized individuals, health promotion in the work environment should be considered a priority.
El objetivo del presente estudio fue de caracterizar profesionales de equipos de enfermería que sufrieron accidentes con material biológico entre 2001 y 2006 y verificar, mediante análisis comprobatorios, si hubo seroconversión por virus de hepatitis B y C y VIH. Se trata de un estudio exploratorio descriptivo de carácter retrospectivo con enfoque cuantitativo. En el período estudiado ocurrieron 87 accidentes con material biológico entre los profesionales del equipo de enfermería. Hubo mayor incidencia de accidentes en 2003, 2005 y 2006, en las unidades de la Clínica Médico-Quirúrgica y Urgencias. El sexo femenino fue el más afectado; por el análisis proporcional al número total de trabajadores se destacó el masculino. Predominó la lesión percutánea en los accidentes con sangre. En el momento de la exposición la mayoría de los accidentados estaba usando equipo de protección de accidentes. De las 87 exposiciones hubo ocho accidentes con pacientes comprobados para hepatitis B y C y VIH. Tras el seguimiento, por medio de exámenes de laboratorio, se observó que no hubo seroconversión de los afectados. Esta realidad permite sugerir que se incorporen intervenciones sistemáticas a las políticas institucionales para lograr más adhesión de medidas preventivas existentes e innovaciones tecnológicas relacionadas con este tipo de agravio. De esta forma, al verificar que estos accidentes perjudican tanto al individuo como a la institución, la promoción de la salud en el ambiente de trabajo sería asunto prioritario.