Tentativas de suicídio por substâncias químicas na adolescência e juventude

Adolesc. latinoam; 3 (2), 2002
Publication year: 2002

Esta pesquisa objetivou caracterizar o perfil epidemiológico das tentativas de suicídio por substâncias químicas em adolescentes e jovens atendidos pelo Centro de Controle de Intoxicaçöes do Hospital Universitário, Universidade Estadual de Londrina, Paraná. Realizou-se um estudo retrospectivo com 70 participantes, de 12-24 anos, que tentaram o suicídio entre janeiro de 1994 e julho de 1999. Os dados foram submetidos à análise quantitativa (dados pessoais e dos produtos) e à análise qualitativa (motivos da tentativa e história familiar). As tentativas foram mais freqüentes em mulheres (80,0 por cento), brancos (61,4 por cento), solteiros (85,7 por cento), de 16-19 anos (45,7 por cento) e estudantes (38,6 por cento). Elas ocorreram nas residências (87,3 por cento), com o uso de medicamentos (70,4 por cento) e praguicidas (18,3 por cento), sendo os motivos associados às perdas interpessoais. Dez adolescentes (14,1 por cento) e 25 familiares (35,2 por cento) referiram histórias prévias de tentativas e 67,1 por cento dos entrevistados apresentaram triagem positiva para depressäo. Seis adolescentes do sexo feminino relataram abuso/violência sexual na infância. O perfil da amostra estudada demonstrou que as tentativas ocorreram, com maior freqüência, na populaçäo jovem do sexo feminino, nas residências e com uso de medicamentos, o que demonstra a facilidade de acesso a essas substâncias. As perdas interpessoais, a depressäo e o abuso de drogas foram identificados como os principais motivos das tentativas, o que sugere a necessidade de diagnóstico e prevençäo, pelo pediatra e hebiatra, dos conflitos que levam à tentativa de suicídio e a importância da educaçäo em saúde sobre produtos químicos ao alcance de adolescentes e jovens com conflitos emocionais e familiares

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