Coletivos organizados para a produção do cuidado integral: um desafio para a regulamentação profissional
Collectives arranged to produce integral care: a challenge to professional regulation
Rev. APS; 12 (2), 2009
Publication year: 2009
O presente artigo busca refletir sobre quais as lógicas e interesses que disputam os processos de definição normativa do campo de atuação dos profissionais de saúde, a elaboração de atos corporativos. Faz um debate sobre a produção dos atos de saúde e sobre como os profissionais determinam o que se torna seu objeto de ação. Defende que, na conformação deste objeto de ação, todo saber deve ser considerado legítimo e insuficiente, e que, numa lógica de defesa da vida, não pode ser fruto de um agir capturado, mas sim estar aberto às diferentes e infinitas configurações dos vários saberes presentes.A busca pelo cuidado integral é fruto de um processo de trabalho em equipe, em que este cuidado não é específico de um determinado campo de competência profissional e sim em que todos os saberes e fazeres dos atores envolvidos nesse encontro são recursos para defender a vida. Todos são responsáveis por esta produção, articulados pela dimensão cuidadora, desalienando seu trabalho e percebendo que do encontro emanam mais atos de saúde que da produção isolada de cada núcleo de competência. Sendo assim há um desafio jurídico de conseguir uma normatização que coloque como responsável pelos atos de saúde esta equipe e que não iniba a sua criatividade.
This article is a reflection about the logic and interestssurrounding the normative definition process of the of action of health professionals, and the elaboration ofcorporative acts. I discuss the production of health actionsand how professionals determine what falls within theirprofessional actions. I propose that, in order to shape thisaction object, all knowledge must be considered legitimateand insufficient, and that according to a life-protectingstandpoint, it cannot spring from a captured behavior,but must be open to the different and endless knowledgeconfigurations. The search for integral care springs fromteamwork, an environment in which care is not specificto a given of professional expertise, but where allknowledge and performances are life-protecting resources.All care-linked actors responsible for this production freetheir work and perceive that thus, more health actions arisethan from the isolated output of each of expertise.Normatization that holds the whole team accountable forhealth actions, without restricting its creativity, is a legalchallenge.