Trata-se de um estudo de intervenção desenvolvido com adolescentes (10 a 12 anos), participantes de oficinas de Nutrição de uma escola da rede pública de Belo Horizonte, Minas Gerais, que objetivou avaliar o impacto das atividades de educação alimentar e nutricional sobre o conhecimento dos alunos. Inicialmente, realizou-se avaliação do perfil nutricional dos alunos através da antropometria (peso e estatura) e aplicação de um questionário sobre preferências alimentares. As atividades de educação alimentar e nutricional, por sua vez, foram realizadas em sete encontros, baseadas nos grupos da pirâmide alimentar e na merenda escolar. Aplicou-se um questionário antes e após as atividades para avaliação dos conhecimentos adquiridos com a intervenção. A amostra consistiu de 32 alunos, porém somente 43,8% (n=14) tiveram seu perfil nutricional avaliado. Destes, 64% eram meninas, com média de idade de 10,5±0,8 anos. Observou-se que 7% apresentavam baixa estatura para idade e 21% excesso de peso. Quanto às preferências alimentares, verificou-se elevado percentual de inadequação, sobretudo em relação aos alimentos dos grupos do leite/derivados e das carnes. Identificou-se melhoria no conhecimento dos alunos sobre os temas trabalhados, com 49,9±17,6% e 62,8±17,1% de acertos antes e ao final do programa, respectivamente (p=0,004). Assim, concluiu-se que os adolescentes avaliados estavam em situação de risco nutricional e que o programa de intervenção desenvolvido foi capaz de melhorar os conhecimentos em relação à prática de uma alimentação saudável. Destaca-se, no entanto, a necessidade de continuidade e ampliação da intervenção proposta, abrangendo maior número de alunos e favorecendo a promoção de modos de vida saudáveis entre adolescentes.