Morar e trabalhar na mesma comunidade: a visão de praticantes populares de saúde
Living and working in the same community: a practitioner's view of popular health practices
Rev. APS; 15 (4), 2012
Publication year: 2012
Esta pesquisa teve o objetivo de compreender as relações que se estruturam entre praticantes de práticas populares de saúde e usuários, ex-usuários e não usuários de tais práticas que residem no mesmo bairro do praticante. O referencial teórico adotado foi da Educação Popular e Saúde, das Práticas Alternativas e Complementares de Saúde e da Psicodinâmica do Trabalho. A pesquisa foi realizada em 2010 tendo como procedimento metodológico central entrevistas semi-estruturadas com cinco praticantes que residissem e trabalhassem na mesma região.
As práticas por eles exercidas foram de:
a) benzimento, b) ervas, c) ervas e raízes, d) massagem bioenergética de Reick, e) auriculoterapia e cromoterapia. Os praticantes foram selecionados a partir de levantamento anterior feito na região no projeto ?Mapeamento e Catalogação Inicial de Práticas Populares de Saúde de São Carlos?.Os dados foram analisados nas seguintes categorias:
Onde a Prática é Exercida; Como o Praticante Vê a Prática em sua Vida; Caracterização das Relações Estabelecidas com a Comunidade, sendo esta última categoria dividida em: Tempo de Moradia e O Exercer da Prática na Mesma Comunidade; Relação entre Praticante e Usuários da Prática; Relação entre Praticante e Ex-usuários da Prática; Relação entre Praticante e Não Usuário da Prática; Pontos Negativos de Realizar a Prática; Pontos Positivos de Realizar a Prática; Gratificações e Recompensas pela Prática. Os resultados apontam aspectos importantes das relações estabelecidas entre praticantes populares de saúde com a comunidade, sendo de âmbito profissional e de trabalho e também no campo das relações sociais de amizade, afetividade. Ainda foi possível verificar relações de conflito, estresse e inimizade entre praticante e ex e não-usuários.
This research aimed to understand the relationships that are formed between practitioners of popular medicine and users, former users, and non-users of such practices who reside in the same neighborhood as the practitioner. The theoretical analysis of the problem was based on Popular Education and Health, on Alternative and Complementary Health Practices, and on Psychodynamics of Work. The study was conducted in 2010 using, as its central methodological procedure, semi-structured interviews with five practitioners who lived in the same region where they worked.