Fatores relacionados à adesão farmacoterapêutica de pacientes hipertensos acolhidos na estratégia de saúde da família
Factors associated with pharmacotherapy adherence of hypertensive patients received in the Family Health Strategy

Rev. APS; 16 (3), 2013
Publication year: 2013

Uma das dificuldades encontradas no atendimento a pessoas portadoras de HAS é a falta de adesão ao tratamento. A problemática da adesão ao tratamento é complexa, pois vários fatores estão associados. A má comunicação entre a equipe de saúde e o paciente, a má organização dos serviços de saúde, a dificuldade de acesso aos medicamentos, sensação de melhora do paciente, número de medicamentos a serem administrados, bem como o aparecimento de reações adversas podem ser entendidos como algumas das razões pelas quais não se cumprem as indicações mé-dicas. Este estudo teve como objetivo identificar o perfil dos pacientes portadores de HAS acolhidos em uma Estratégia Saúde da Família de um Município do interior de Minas Gerais e avaliar o grau de adesão ao tratamento da HAS e seus fatores determinantes. Trata-se de um estudo não-experimental, descritivo e transversal. Os dados foram coletados por meio do Teste de Medida de Adesão ao Tratamento (MAT), específico para determinar o grau de adesão e um formulário, contendo variáveis demográficas, socioeconômicas, clínicas e terapêuticas. Para verificar a associação entre as variáveis, foi utilizado o Teste Exato de Fisher. O perfil demográfico e socioeconômico dos pacientes com HAS participantes deste estudo mostrou um predomínio de pessoas do sexo feminino (76,5%), com idades superiores a 50 anos (82,1%), casadas (64,7%), com baixa escolaridade (74,5%), baixa renda (84,3%), composto de donas-de-casa e aposentados (82,4%). Dos 51 pacientes entrevistados, aproximadamente 33% não aderiam ao tratamento da HAS. A falta de informação sobre o medicamento prescrito influenciou diretamente na não adesão do paciente à farmacoterapia da HAS (p<0,05).O médico foi o profissional mais citado pelos pacientes como o responsável por transmitir as informações sobre a doença e sobre o medicamento e o farmacêutico, o profissional menos citado. Dessa maneira, mostra-se a necessidade de construir mecanismos efetivos para promover a adesão à farmacoterapia. Espera-se que os resultados apresentados ofereçam subsídios para repensar as estraté-gias de intervenção utilizadas. Acredita-se que a constru-ção de um trabalho multidisciplinar no âmbito do SUS em que o profissional farmacêutico possa atuar efetivamente na forma como os medicamentos vêm sendo utilizados torna-se essencial para o sucesso dos investimentos públicos no âmbito da atenção primária à saúde.
One of the difficulties encountered in caring for people suffering from systemic arterial hypertension (SAH) is the lack of adherence to treatment. The issue of adherence to treatment is complex because several factors are associated. Poor communication between health staff and patient, poor organization of health services, difficulties in access to medicines, the patient's sensation of improvement, number of medications to be administered, as well as the appearance of adverse reactions can be understood as some of the reasons why medical indications are not met. This study aimed to identify the profile of patients with SAH admitted at a Family Health Strategy center in a municipality in Minas Gerais, and assess the degree of adherence to treatment of SAH and its determining factors. It is a non-experimental study, descriptive and transversal. Data were collected through the Treatment Adherence Measure (TAM) test, specifically for determining the degree of adherence, and a form containing demographic, socio-economic, clinical, and therapeutic variables. To investigate the association between the variables, Fisher's Exact Test was used. The demographic and socio-economic profile of the patients with SAH participating in this study showed a predominance of females (76.5%), over 50 years old (82.1%), married (64.7%), with a low educational level (74.5%), low income (84.3%), comprising housewives and retirees (82.4%). Of the 51 patients interviewed, roughly 33% did not adhere to the SAH treatment. The lack of information about the prescribed drug directly influenced the patient's non-adherence to the SAH pharmacotherapy (p<0.05). The doctor was theprofessional most often cited by patients as the person responsible for conveying information about the disease and the drug, and the pharmacist was the professional least mentioned. Thus the need is demonstrated to build effective mechanisms to promote adherence to pharmacotherapy. It is hoped that these results offer help in rethinking the intervention strategies used. It is believed that the construction of a multidisciplinary approach in the health care system, in which the pharmacist can play an effective role in how medications are being used, is essential to the success of the public investment in primary health care.

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