Rev. APS; 17 (4), 2014
Publication year: 2014
Objetivos:
Refletir sobre oportunidades e limites que a Estratégia Saúde da Família proporciona para aprimoramento da assistência ao planejamento reprodutivo (PR), considerando que esse modelo de atenção básica pretende ser uma estratégia para reorganização do sistema de saú- de, promovendo integração e coordenação dos serviços e continuidade dos cuidados. Métodos:
Estudo de caso qualitativo, utilizando dois procedimentos investigativos: análise descritiva da assistência ao PR em uma unidade de Saúde da Família da cidade do Rio de Janeiro e reconstrução da trajetória contraceptiva de 48 mulheres participantes do programa de PR. Resultados:
Os problemas identificados na assistência ao planejamento reprodutivo se referem à ausência de formação de vínculo com o serviço, à falta de continuidade no atendimento das demandas, à forma de realização da prática educativa e ao não seguimento da clientela. Essas questões demonstram que a ESF ainda enfrenta problemas semelhantes aos encontrados nas unidades tradicionais e que não se restringem ao PR, como: falhas de integração, coordenação da rede e continuidade de cuidados. Conclusões:
No caso estudado, a ESF não representou um fortalecimento à assistência ao PR. A ESF não cumpre o papel de ser pivô de uma rede assistencial integrada, que proporciona cuidados coordenados e integrados em saúde, e isso se reflete diretamente no desempenho da assistência ao PR.
Objectives:
To reflect upon the opportunities and limitations in the Family Health Strategy (Estratégia Saúde da Família - ESF) for offering improved care in reproductive planning (RP), inasmuch as this model is intended as a primary strategy for reorganizing the healthcare system, promoting integration and coordination of services, and continuity of care. Methods:
A qualitative case study using two investigative procedures: descriptive analysis of RP assistance in a Family Health facility in the city of Rio de Janeiro and a reconstruction of the contraceptive trajectory of 48 women participating in the RP program. Results:
The problems identified within the RP service were a lack of personal relationship with the service, lack of continuity in meeting the needs of clients, low participation in educational programs, lack of coordination of care, and failure to follow-up with clients. These issues demonstrate that the ESF still faces problems similar to those found in traditional facilities (e.g., failures of integration, network coordination, and continuity of care) and which are not restricted to RP. Conclusions:
In the case studied, the ESF does not represent an enhancement to RP assistance. As reflected directly in the execution of RP care, the ESF does not fulfill the role of being the pivot of an integrated health care network that provides coordinated and integrated healthcare.