Prática popular de saúde: a concepção dos usuários da unidade de saúde Engenho do Meio sobre o uso de plantas medicinais
Popular health practice: users' conception about the use of medicinal plants at the Engenho do Meio health care unit

Rev. APS; 18 (2), 2015
Publication year: 2015

A pesquisa caracterizou-se por estudar o uso da fitoterapiapelos comunitários atendidos na Unidade de Saúdeda Família Engenho do Meio, Recife, PE, e traçar o perfilsocioeconômico. Foi realizado um estudo observacional,transversal e descritivo de natureza quanti-qualitativa, noqual os dados foram obtidos através de entrevistas com369 usuários, conduzidas por estudantes do Programa deEducação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) pormeio de questionário semiestruturado. Foram abordadosdados socioeconômicos e etnofarmacológicos, os quaisforam analisados por distribuição de frequência simples.Dos usuários entrevistados, 85% foram mulheres, 36%possuíam ensino médio completo e 83% tinham renda familiarde até dois salários mínimos. Verificou-se que 77%utilizam alguma planta medicinal, sendo os distúrbios gastrintestinaisa principal indicação clínica. Vizinhos e familiaresforam responsáveis por 93% das indicações. Ochá foi a forma de preparo predominante (94%) e a folha,a parte da planta mais usada (83%). Quando abordadossobre as contraindicações das plantas, 99% dos usuáriosinformaram desconhecê-las. Pode-se perceber com os resultadosa valorização da cultura popular, em função daelevada taxa de uso das plantas medicinais. No entanto,é preciso investir na perspectiva do uso racional e segurodas plantas medicinais pelo elevado índice de desconhecimentoacerca das contraindicações.
The research was characterized by studying the useof phytotherapy in the community served by theEngenho do Meio Family Health Care Unit, Recife,PE, as well as determining the socioeconomic profile.An observational, cross-sectional, descriptive study,qualitative and quantitative in nature, in which the datawere obtained through interviews with 369 users, wascarried out by students of the Education Programfor Work in Health Care (EPW-Health) through asemi-structured questionnaire. Socioeconomic andethnopharmacological data, which were analyzed bysimple frequency distribution, were discussed. Among thesurveyed users, 85% were women, 36% had completedhigh school, and 83% had a family income of up to twominimum wages. It was found that 77% use a medicinalplant, with gastrointestinal disorders being the mainclinical indication. Neighbors and family members wereresponsible for 93% of the recommendations. Tea wasthe predominant form of preparation (94%) and the leafwas the most commonly used part of the plant (83%).When asked about the contraindications of plants, 99%of the users reported being unaware of them. The resultsshow the importance of popular culture, given the highrate of use of medicinal plants. However, investment inthe perspective of the rational and safe use of medicinalplants is needed due to the high rate of ignorance aboutthe contraindications.

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