OBJETIVO. Existe um conceito de que se realiza um número pequeno de transplante de órgäos devido à falta de doadores ou do grande índice de recusa dos familiares com relaçäo à doaçäo. Este trabalho tem por objetivo avaliar o potencial número de doadores de órgäos na cidade de Säo Paulo. MATERIAL E MÉTODOS. Estudamos o número de necrópsias realizadas diariamente por morte violenta no Instituto Médico Legal (IML) da cidade de Säo Paulo, nos anos de 1990 e 1991, e os doadores referidos à central de captaçäo de órgäos do Hospital Säo Paulo (HSP) nesse mesmos período. RESULTADOS. Nos anos de 90 e 91 foram realizadas, respectivamente, 11.601 e 11.607 necrópsias. A análise de 500 necrópsias de 10/90 e 1.039 necrópsias de 5.91 demonstra que 27% destes cadáveres tiveram o traumatismo craniencefálico como causa única de óbito e, destes 70% foram atendidos em algum Hospital antes de serem encaminhados ao IML. Neste mesmo período a equipe de procura de órgäos do HSP recebeu notificaçäo de 296 possíveis doadores, das quais 219 famílias foram abordadas com relaçäo à doaçäo e 59% delas autorizaram a doaçäo. CONCLUSÄO. Considerando o número de óbitos exclusivamente por TCE que passaram por algum hospital e a taxa de doaçöes, existe um número de potenciais doadores em Säo Paulo suficiente para saturar a capacidade de trabalho de todas as equipes em atividade, desde que o sistema de procura seja eficiente